
Quase metade dos desligamentos de trabalhadores no Rio Grande do Sul, ocorreram por iniciativa dos próprios empregados. Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 46,3% das demissões registradas no estado foram voluntárias, somando 130.340 pedidos.
O total de desligamentos em janeiro no estado foi de 1.475.850. Do total, 51% envolvem homens e 49%, mulheres.
Faixa etária mais propensa a pedir demissão
Os trabalhadores de 19 a 29 anos foram os que mais pediram demissão, representando 45% das saídas voluntárias.
Confira a distribuição por faixa etária:
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19 a 29 anos: 45%
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30 a 39 anos: 25%
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40 a 49 anos: 16%
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50 a 64 anos: 8%
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Até 18 anos: 6%
Fatores apontados para os pedidos de demissão
Segundo o empresário Ítalo Rickes, especialista em comportamento organizacional, o crescimento das demissões voluntárias no estado reflete mudanças no perfil dos profissionais.
“Muitos trabalhadores têm deixado os empregos por insatisfação com salários, falta de benefícios e culturas organizacionais desalinhadas com seus valores”, afirma.
Rickes também destaca que o índice representa um aumento de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Tendência desafia modelos tradicionais de gestão
Para o especialista, o dado é um alerta para empresas que ainda adotam práticas rígidas ou desatualizadas de gestão.
“O trabalhador atual busca mais do que salário. Quer um ambiente saudável, oportunidades de crescimento e alinhamento de valores. Quando isso não existe, ele sai — e rápido”, aponta Rickes.
Ele participa do programa “Gestão de Impacto”, voltado a empresários e marcado para ocorrer de 27 a 30 de abril, em Gramado, na Serra Gaúcha.