Menina de 13 anos morre após comer ovo de Páscoa envenenado no Maranhão; irmão já havia falecido e mãe segue internada
Suspeita do crime está presa e teria agido por vingança motivada por ciúmes; polícia aponta premeditação

Faleceu ao meio-dia desta terça-feira, 22, a adolescente Evely Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, vítima de intoxicação grave após consumir um ovo de Páscoa supostamente envenenado, no município de Imperatriz, no Maranhão. Ela era irmã de Luís Fernando Rocha Silva, de sete anos, que também morreu após comer o mesmo chocolate. A mãe das crianças, Mirian Lira, segue hospitalizada, com quadro estável.
O caso, que chocou o país, está sendo investigado como crime premeditado, com fortes indícios de vingança e ciúmes. A principal suspeita é Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, que teria arquitetado a entrega do doce com substância tóxica, motivada pelo relacionamento entre seu ex-marido e Mirian, mãe das crianças.
O que aconteceu
O ovo de Páscoa foi entregue por um motoboy à residência da família na noite de quarta-feira, 16 de abril, acompanhado de um bilhete com a mensagem: “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa”. Logo após o consumo, Luís Fernando passou mal e faleceu horas depois. A mãe e a irmã também apresentaram sintomas semelhantes e foram internadas em estado grave.
Evely morreu seis dias após a ingestão do chocolate, por choque vascular e falência múltipla dos órgãos, conforme boletim do Hospital Municipal de Imperatriz. A mãe, Mirian, que chegou a ficar entubada, foi informada sobre a morte dos filhos e recebe acompanhamento psicológico.
Crime com planejamento
A investigação revelou que Jordélia viajou mais de 380 km, de Santa Inês até Imperatriz, utilizando identidade falsa e disfarce com peruca e óculos escuros. Imagens de segurança mostram a suspeita comprando o ovo de chocolate e organizando a entrega. Ela também simulou um serviço de “degustação de trufas” próximo ao local de trabalho de Mirian.
A mulher foi presa em flagrante ao desembarcar de um ônibus intermunicipal em Santa Inês. Em depoimento, confessou ter comprado o chocolate, mas negou ter colocado veneno. Mesmo assim, a Polícia Civil do Maranhão afirma ter indícios consistentes de autoria e trabalha para identificar a substância utilizada.
“Todos os elementos apontam que o crime foi cometido por vingança, com total premeditação”, afirmou o secretário de Segurança do Maranhão, Maurício Martins.
Investigação em andamento
A perícia criminal analisa amostras do chocolate, além de sangue das vítimas. A suspeita está detida na Unidade Prisional Feminina de São Luís e será apresentada ao Judiciário nos próximos dias.