Condenada por envolvimento na morte do menino Bernardo é encontrada morta na prisão
Ela havia voltado ao regime semiaberto em fevereiro, após período em prisão domiciliar

Edelvânia Wirganovicz, de 51 anos, foi encontrada morta nesta terça-feira (22) dentro da cela onde cumpria pena no Instituto Penal Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre. O óbito foi confirmado pela Polícia Penal do Rio Grande do Sul.
Segundo nota divulgada pelas autoridades, os indícios apontam para suicídio. A Polícia Penal, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) e a Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário acompanham a investigação do caso.
Histórico de condenação
Edelvânia foi condenada a 22 anos e 10 meses de prisão por participação no assassinato de Bernardo Uglione Boldrini, crime ocorrido em abril de 2014, em Três Passos, no noroeste do Rio Grande do Sul.
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Em maio de 2022, ela progrediu ao regime semiaberto.
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Em 2023, passou a cumprir pena em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, por falta de vagas no sistema prisional.
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Em 25 de fevereiro de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou seu retorno ao regime semiaberto, atendendo a uma reclamação do Ministério Público, que apontava que Edelvânia ainda tinha mais de 50% da pena a cumprir.
O advogado de defesa, Jean Severo, foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou até a publicação. O espaço segue aberto.
Relembre o caso Bernardo
O menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril de 2014, em Três Passos. O corpo foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova rasa no interior de Frederico Westphalen, a cerca de 80 km do local do desaparecimento.
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No mesmo dia da descoberta do corpo, foram presos o pai, Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e Edelvânia Wirganovicz.
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Graciele havia sido multada por excesso de velocidade entre os dois municípios, com Bernardo no banco de trás.
Desdobramentos judiciais
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Em março de 2019, os quatro envolvidos foram julgados e condenados.
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Leandro Boldrini teve a primeira sentença anulada em 2021 por irregularidades no julgamento.
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Em novo júri realizado em março de 2023, foi sentenciado a 31 anos e oito meses de prisão por homicídio e falsidade ideológica.
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Graciele Ugulini continua presa no mesmo presídio e, na semana passada, teve autorizada a progressão para o regime semiaberto.
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Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, condenado por ocultação de cadáver, cumpriu pena de nove anos e meio, extinta em janeiro de 2024.
O crime ganhou repercussão nacional devido à brutalidade e frieza dos autores, além dos indícios de abandono e maus-tratos sofridos por Bernardo antes do assassinato.