Parte da plataforma de Atlântida desaba durante ciclone no litoral norte do RS
Estrutura interditada desde 2023 cedeu com a força dos ventos; laudo já havia apontado risco de colapso.

A plataforma marítima de Atlântida, em Xangri-lá, teve cerca de 25 metros de sua estrutura destruídos nesta segunda-feira (28), durante a passagem de um ciclone extratropical no litoral do Rio Grande do Sul. O local estava interditado desde 2023 por risco de desabamento.
Estrutura já estava comprometida
De acordo com a Associação dos Usuários da Plataforma Marítima da Atlântida (Asuplama), a estrutura já apresentava falhas desde pelo menos 2021. Em 2023, parte da plataforma já havia cedido devido à força da maré, o que levou à interdição do espaço.
Um laudo do Laboratório de Ensaios de Modelos Estruturais da UFRGS apontava riscos concretos de colapso por danos em uma das vigas. Mesmo assim, os reparos não foram executados.
Ventos de mais de 100 km/h
O ciclone extratropical que atingiu o estado provocou ventos superiores a 100 km/h, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que emitiu alerta laranja para vendaval. Os estragos se espalharam por diversas cidades, incluindo Capão da Canoa, Viamão e Osório.
Segundo a CEEE Equatorial, cerca de 346 mil clientes ficaram sem energia durante a passagem do fenômeno.
Histórico de danos
Fundada em 1975, a plataforma avança por cerca de 280 metros sobre o mar e era ponto tradicional de pesca e observação de baleias. Antes da interdição, o local recebia até 30 mil turistas por ano.
A estrutura já havia sido danificada em 1997, 2016 e 2019, mas nunca foi totalmente restaurada. As negociações entre a prefeitura de Xangri-lá e a Asuplama para recuperação seguem sem solução definitiva.