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Explosões nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki completam 80 anos

Em 6 de agosto de 1945, às 8h15, o bombardeiro americano Enola Gay lançou a bomba atômica Little Boy sobre Hiroshima, no Japão. Quatro dias depois, outra bomba — Fat Man — atingiu Nagasaki. Ambas devastaram completamente as cidades, matando cerca de 140 mil pessoas em Hiroshima e 74 mil em Nagasaki até o fim de 1945.

Com potência equivalente a 15 mil e 21 mil toneladas de TNT, respectivamente, as explosões geraram calor extremo, cegueira instantânea e incêndios que destruíram construções inteiras. Queimaduras, desabamentos e radiação também aceleraram milhares de mortes nos meses seguintes.

Radiação: um impacto prolongado

Além das vítimas imediatas, muitos sobreviventes sofreram com a “doença da radiação”, que causava vômitos, hemorragias e queda de cabelo, levando à morte em semanas ou meses. A longo prazo, o risco de câncer era elevado — dezenas morreram de leucemia e câncer por exposição à radiação. Milhares passaram anos sob estigma social em função da discriminação contra os hibakusha (sobreviventes da bomba).

Memórias visíveis e marcas para preservar

Vestígios físicos da explosão permanecem como símbolos da destruição. As conhecidas sombras nucleares — marcas deixadas pela radiação em superfícies protegidas pela presença humana ou objetos — ainda podem ser vistas em locais como o antigo Banco Sumitomo, cujo fragmento original foi preservado no Museu da Paz de Hiroshima.

Sobreviventes fazem alerta atual

As cerimônias deste 6 de agosto reuniram sobreviventes, autoridades e representantes de dezenas de países no Parque Memorial da Paz, no Japão. Testemunhos como os de Masako Wada e Toshio Tanaka ressaltam que, após 80 anos, “nada foi aprendido”. Eles expressaram preocupação diante do crescimento de tensões nucleares envolvendo potências globais.

Em reconhecimento à sua mobilização contra armas nucleares, a organização Nihon Hidankyo recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2024.

Reconstrução e importância da memória

Embora Hiroshima e Nagasaki tenham sido reconstruídas como cidades vibrantes, símbolos como o Genbaku Dome e o Museu da Paz preservam a ferida histórica. A cada ano, milhares visitam o local para cerimoniais como o Toro Nagashi, em que lanternas flutuantes simbolizam a homenagem às vítimas.

Quando a bomba caiu sobre Hiroshima, a escadaria do Banco Sumitomo ganhou uma marca sombria: a silhueta de uma vítima que bloqueou a luz e o calor intensos, deixando a sombra gravada na pedra.
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