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Mais de 94 milhões de brasileiros estão inscritos em programas sociais do governo

Levantamento mostra que 57% dos beneficiários fazem parte do Bolsa Família; rede de proteção custa cerca de R$ 500 bilhões por ano

Mais de 94 milhões de brasileiros, o equivalente a 44% da população, recebem algum tipo de assistência por meio de programas sociais federais. O dado evidencia a dimensão da rede pública de proteção, cujo principal eixo é o Bolsa Família, que concentra 57% dos atendidos.

CadÚnico centraliza acesso aos benefícios

A maior parte dos beneficiários está registrada no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), sistema que organiza o acesso a mais de 40 iniciativas de apoio do governo federal. Entre elas, o Bolsa Família é o programa com maior volume de usuários.

O custo da rede de proteção, que inclui transferências diretas de renda e benefícios complementares, gira em torno de R$ 500 bilhões por ano.

Inserção no mercado formal

Apesar da elevada dependência de benefícios, houve aumento na inserção de inscritos do CadÚnico no mercado de trabalho. Entre janeiro e julho de 2025, foram criadas 1,49 milhão de vagas formais, das quais 77% foram preenchidas por pessoas registradas no cadastro social.

Especialistas consideram, no entanto, que essa alta participação reflete não apenas o acesso ao emprego, mas também a persistência da fragilidade de renda, indicando dificuldade em romper com a situação de vulnerabilidade.

Redução da pobreza em dois anos

Entre maio de 2023 e julho de 2025, o número de famílias classificadas em situação de pobreza no CadÚnico caiu de 26,1 milhões para 19,56 milhões, uma redução de 25%. Isso representa 6,55 milhões de famílias que ultrapassaram a faixa de R$ 218 mensais por pessoa.

No total, 14,17 milhões de pessoas deixaram a linha da pobreza, segundo dados do sistema Monitora MDS, ferramenta do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) que acompanha os resultados das políticas públicas sociais.

“Combinando desenvolvimento econômico e social, tiramos o Brasil do Mapa da Fome e as pessoas estão saindo da pobreza, seja pelo trabalho ou pelo empreendedorismo”, afirmou o ministro Wellington Dias.

Renda monitorada por bases oficiais

Segundo o MDS, parte dos avanços se deve à integração do CadÚnico com outras bases de dados, como o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Com isso, a renda formal dos trabalhadores passou a ser automaticamente incorporada ao sistema.

Desde 2023, sete ações de povoamento de dados já foram realizadas, atualizando informações de 33 milhões de pessoas. Na primeira ação, 15% das famílias pobres migraram para a faixa de baixa renda, e 29% das famílias de baixa renda passaram para a faixa acima de meio salário mínimo por pessoa.

Entrevistas domiciliares e busca ativa

A proporção de cadastros atualizados por entrevistas domiciliares subiu de 11,5% para 40,2% entre janeiro e julho de 2025, após a Lei nº 15.077/2024 tornar esse procedimento obrigatório para famílias unipessoais que desejam ingressar no Bolsa Família ou no BPC (Benefício de Prestação Continuada), com exceção de populações indígenas, quilombolas e pessoas em situação de rua.

A chamada busca ativa também foi intensificada, com foco em:

  • Famílias unipessoais

  • Grupos tradicionais e específicos (GPTE)

  • Pessoas idosas, com deficiência ou em situação de rua

  • Crianças em situação de trabalho infantil

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