Em conversa com Trump, Lula pede fim de tarifaço e retoma convite para encontro
Segundo Planalto, presidente brasileiro quer rever sobretaxas de 40% e sanções a autoridades; reunião presencial foi proposta

Durante videoconferência com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira (6), Lula pediu a retirada do tarifaço de até 50% contra produtos brasileiros e o fim de sanções a autoridades. Segundo o Planalto, os dois líderes trocaram telefones e concordaram com um encontro presencial em breve.
Lula pressiona por comércio e sanções
A conversa de cerca de 30 minutos incluiu cobrança direta do presidente brasileiro. Lula pediu a retirada da sobretaxa de 40% aplicada a produtos nacionais e o cancelamento de sanções que atingem integrantes do governo e do Supremo Tribunal Federal.
“Considero nosso contato direto como uma oportunidade para restaurar as relações amistosas de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”, escreveu Lula em rede social.
Segundo ele, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para seguir nas negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros do governo.
Clima cordial, mas com recados
O Planalto destacou que Lula e Trump “relembraram a boa química” do breve encontro na ONU, em setembro, e agora estabeleceram uma via direta de contato com troca de telefones. Apesar do tom amistoso, a reunião serviu para tratar de um dos piores momentos das relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos.
Além das tarifas, Trump revogou vistos e impôs sanções via Lei Magnitsky contra nomes como Alexandre de Moraes e sua esposa, além de outros ministros.
Encontro pode ser na Malásia
Lula sugeriu que o primeiro encontro presencial ocorra ainda este mês, durante a Cúpula da Asean, na Malásia. A reunião seria em território neutro, fora da Casa Branca ou do Brasil.
Ele também reiterou o convite para a COP30, em Belém (PA), e se colocou à disposição para ir aos Estados Unidos. Trump ainda não confirmou a viagem à Ásia, mas a presença é considerada provável.
Bastidores e contexto
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A diplomacia brasileira adota discrição e cautela com o governo Trump, que tem histórico de recuos e ações imprevisíveis.
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O tarifaço foi imposto após decisões contra Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão pelo STF.
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Apesar da tensão, Lula insiste em manter diálogo sobre temas como comércio, big techs e exploração mineral.