Destaques

Governo Trump lamenta morte de policiais no Rio e se coloca “à disposição” da gestão estadual

Carta assinada pelo setor de repressão às drogas do Departamento de Justiça norte‑americano foi enviada ao secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro após megaoperação que deixou 121 mortos

O governo dos Estados Unidos enviou uma carta ao secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, lamentando a morte de quatro policiais durante a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão. O documento, assinado pelo Departamento de Justiça, também oferece apoio à gestão estadual.

Condolência oficial

A correspondência foi assinada por James Sparks, do setor de Repressão às Drogas do Departamento de Justiça norte-americano. Na mensagem, os EUA prestam condolências pelas mortes dos agentes — dois do Bope e dois da Polícia Civil — e manifestam respeito pelas forças de segurança fluminenses:

“É com profundo pesar que expressamos nossas mais sinceras condolências pela trágica perda dos quatro policiais que tombaram no cumprimento do dever. Colocamo-nos à disposição para qualquer apoio que se faça necessário.”

Operação mais letal do Estado

A ação, batizada de Operação Contenção, foi deflagrada para cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho. Segundo a polícia, 121 pessoas morreram na operação, sendo quatro policiais. Os demais seriam ligados ao crime organizado.

A ofensiva ocorreu na última terça-feira (29), uma semana antes da carta. Entre os alvos estava Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, apontado como uma das lideranças da facção. Ele conseguiu fugir e segue foragido.

Repercussão e apurações

A operação, considerada a mais letal da história do Rio, gerou reações nacionais e internacionais. O Ministério Público Federal apura denúncias de violações graves de direitos humanos, com relatos de mutilações, decapitações e mortes sem confronto direto.

A ação também reacendeu o debate sobre o modelo de enfrentamento policial nas favelas e sobre o impacto de operações militares em áreas densamente povoadas, especialmente diante da pressão por resultados no combate ao crime organizado.

Contexto internacional

A manifestação do governo norte-americano ocorre em meio a outras ações de combate ao narcotráfico no continente. Nos últimos meses, os EUA intensificaram ofensivas marítimas no Caribe, alegando enfrentar rotas de tráfico — o que provocou tensões diplomáticas com governos da região, como o da Venezuela.

Apesar disso, o gesto diplomático em relação ao Brasil se deu em tom de solidariedade institucional, sem críticas públicas à condução da operação, diferentemente de entidades internacionais que cobram investigações independentes.

Publicidade

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo