CNH sem autoescola deve começar a valer até o fim de 2025
Proposta do governo prevê curso teórico online, prática com instrutores autônomos e redução de até 80% no custo total

O governo federal prepara uma mudança significativa nas regras para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Batizado de “CNH do Brasil”, o programa deve ser lançado após a COP30, marcada entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA), e promete eliminar a obrigatoriedade das aulas em autoescola.
A nova proposta, elaborada pelo Ministério dos Transportes, já tem aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e prevê que o processo de habilitação seja feito de forma digital, com o candidato podendo estudar por conta própria e fazer a parte prática com instrutores autônomos credenciados pelos Detrans.
O que muda no processo
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Fim da obrigatoriedade de aulas presenciais em autoescolas
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Estudo teórico online, com material gratuito disponibilizado pelo governo
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Instrutores práticos independentes, credenciados oficialmente pelos Detrans
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Sem carga horária mínima obrigatória
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Provas teórica e prática continuam sendo exigidas
O processo poderá ser iniciado diretamente pelo site da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) ou pelo aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT).
A expectativa é que a medida entre em vigor até o fim de 2025, por meio de portarias — sem necessidade de passar pelo Congresso.
Objetivo é reduzir custo e ampliar acesso
Atualmente, o custo para obter a CNH gira entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. Com o novo modelo, o valor estimado pode cair para R$ 750 a R$ 1 mil, uma economia de até 80%.
O governo alega que a alta cobrança é uma das principais barreiras que impedem a regularização de milhões de motoristas, especialmente jovens de baixa renda, mulheres e trabalhadores informais.
Segundo a Senatran, mais da metade dos brasileiros não possui habilitação, e cerca de 18 milhões dirigem sem CNH.
Setor de autoescolas é contra
A proposta enfrenta resistência do setor de autoescolas. Representantes da Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto) já anunciaram que vão acionar a Justiça para tentar barrar a mudança.
O setor argumenta que a formação obrigatória é essencial para a segurança no trânsito, e que a flexibilização pode aumentar o número de acidentes.
Modelo já existe em outros países
O governo cita experiências de países como Estados Unidos, Canadá, Uruguai, Japão e Inglaterra, onde o processo é mais flexível, com foco na autonomia do cidadão.
O projeto também prevê simplificação para categorias profissionais como C, D e E — voltadas a motoristas de caminhão, ônibus e carretas —, permitindo que outras entidades ofereçam formação além dos Centros de Formação de Condutores (CFCs).






