Brasil recebeu 1,7 milhão de TV boxes ilegais da China em 2023, aponta levantamento
Metade dos aparelhos entrou pelo Porto de Santos; ações contra streamings piratas também derrubaram plataformas populares
Um levantamento feito pela Alianza, associação que reúne empresas de comunicação contra a pirataria na América Latina, apontou que 1,7 milhão de TV boxes ilegais chegaram ao Brasil em 2023. A maior parte dos dispositivos tem origem na China e entra no país de forma clandestina, principalmente via transporte marítimo.
Segundo a entidade, 50% dos aparelhos foram desembarcados no Porto de Santos (SP) e outros 21% no Porto de Paranaguá (PR). Os equipamentos são utilizados para acessar conteúdo de streaming pirata e operam com versões modificadas do sistema Android, sem homologação da Anatel.
Aparelhos ilegais e plataformas piratas
Entre os modelos mais comuns no mercado cinza estão os de marcas como Duosat e BTV, amplamente usados para instalar aplicativos de acesso ilícito a canais e filmes por assinatura. Os dispositivos geralmente oferecem serviços pagos por fora, com mensalidades entre R$ 16 e R$ 27.
Nos últimos dias, diversas plataformas irregulares foram retiradas do ar em uma operação conjunta da Anatel com autoridades argentinas, incluindo nomes como:
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My Family Cinema
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TV Express
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Eppi Cinema
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CineFly
A decisão judicial partiu da Justiça argentina, já que os servidores das plataformas estavam localizados naquele país. A operação contou com apoio técnico da Alianza, que auxiliou nas investigações e mapeamento da rede.
Pirataria também afeta países vizinhos
O levantamento mostra que o Paraguai também segue como destino dos equipamentos ilegais. Em 2023, o país teria recebido cerca de 450 mil aparelhos, embora o pico tenha ocorrido em 2019, com mais de 2 milhões de unidades.
No Brasil, após a derrubada dos serviços, usuários passaram a reclamar na internet e até pedir reembolso em sites como o Reclame Aqui, mesmo se tratando de conteúdo pirateado.
