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Festival nativista do RS exclui mais de dez músicas criadas por inteligência artificial

Organização aplica regulamento para garantir originalidade e leva ao palco apenas composições humanas

Durante a fase de pré‑seleção de um importante festival nativista no Rio Grande do Sul, mais de dez composições foram desclassificadas após constatar‑se que tinham sido geradas ou substancialmente elaboradas por inteligência artificial (IA). A decisão reafirma o compromisso do evento com a originalidade e a autoria humana.

O que ocorreu

Conforme o regulamento, as músicas inscritas devem ser de autoria de pessoas físicas, com letra e melodia originais. A comissão organizadora identificou indícios de uso de IA — como trechos repetitivos, harmonia atípica e estrutura padrão de algoritmos — e optou por remover os trabalhos da seleção. Ainda que as músicas tenham sido avaliadas, não serão admitidas para apresentação no palco.

Razões e impactos

Os responsáveis pela curadoria alegam que o uso de ferramentas digitais para auxílio na composição extrapola o que foi pactuado no edital e compromete o espírito do festival: valorizar repertório regional autêntico, de raiz gaúcha. A medida decorre da crescente facilidade de acesso a softwares de geração automática de músicas, o que gera risco de esvaziamento da identidade do gênero tradicionalista.

Reação

Participantes e compositores tradicionais saudaram a medida como protetora da cultura local, mas também há quem questione os critérios de averiguação e a clareza do processo de fiscalização. A organização informou que mantém a lista dos desclassificados sob sigilo para preservar o trabalho da curadoria, e que adotará revisões para o edital de próximas edições, com menção específica ao uso de IA.

O próximo passo

O festival seguirá com a seleção das composições humanas e dará sequência à programação prevista. A iniciativa abre discussão mais ampla sobre o papel da tecnologia na música tradicional e como festivais de cultura regional podem equilibrar inovação e preservação.

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