
A passagem de um ciclone tropical provocou inundações severas em países do Sudeste Asiático e elevou para mais de 300 o número de mortos até esta sexta-feira (28). Tailândia e Indonésia concentram a maior parte das vítimas, enquanto equipes de resgate tentam alcançar áreas que seguem isoladas.
Tailândia registra salto no número de mortos
O governo tailandês informou que 145 pessoas morreram nas províncias do sul — quase o triplo do balanço divulgado no dia anterior.
As chuvas, que atingem o país há mais de uma semana, inundaram bairros inteiros e deixaram milhares de moradores ilhados.
Em Hat Yai, quinta maior cidade do país, o acumulado chegou a 335 mm em 24 horas, o maior índice diário registrado em três séculos. Em vários pontos, a água ultrapassou dois metros de altura.
Indonésia enfrenta cenário semelhante
Na ilha de Sumatra, a Indonésia contabiliza 174 mortos e 80 desaparecidos, conforme autoridades locais atualizam buscas em regiões ainda sem acesso.
Equipes relatam danos extensos, cortes de energia e falhas nas comunicações, especialmente no norte da ilha.
Imagens divulgadas por agências internacionais mostram destruição em áreas urbanas e rurais, com casas arrastadas e estradas bloqueadas.
Malásia e Sri Lanka também sofrem com enchentes
A tempestade passou antes pela Malásia, onde duas pessoas morreram e mais de 34 mil moradores precisaram deixar suas casas.
O governo emitiu novos alertas para chuvas fortes e avalia ampliar as áreas de evacuação.
No Sri Lanka, deslizamentos e enchentes afetaram centenas de famílias, com registros de cidades parcialmente submersas.
Resgates usam barcos, drones e helicópteros
Equipes de emergência da Indonésia e da Tailândia atuam contra o tempo para localizar desaparecidos e entregar alimentos a comunidades isoladas.
As operações incluem o uso de drones e helicópteros que lançam suprimentos em locais onde o acesso terrestre ainda é inviável.
O governo tailandês fez apelo público por barcos e jet skis para reforçar o atendimento às famílias que aguardam retirada.
Relatos de sobreviventes
Em Hat Yai, moradores que se abrigaram em estruturas improvisadas relatam dificuldade para deixar as casas.
Em um centro de evacuação montado em uma quadra coberta, o idoso Kritchawat Sothiananthakul, de 70 anos, lembrou os momentos em que aguardou socorro com seu cachorro enquanto a água subia:
“Tivemos que descer do telhado e entrar no barco. Eu precisava carregar tudo e depois colocar em um caminhão… Tivemos que deixar tudo para trás porque tudo estava submerso.”
Regiões continuam inacessíveis
Na Indonésia, autoridades de mitigação de desastres relatam que grande parte das áreas mais atingidas segue sem energia, comunicação ou estradas transitáveis.
A expectativa é de que o número de vítimas aumente conforme as equipes avancem para regiões que ainda não foram alcançadas.






