A imagem que impressionou o mundo durante a última sexta-feira (2) parece ter saído de um filme de ficção científica de catástrofes: o oceano pegando fogo e água sendo utilizada para apagar incêndio no mar.
A situação ocorreu nas águas marítimas de Campeche, no Golfo do México, em razão de um vazamento em oleodutos submarinos da empresa Petróleos Mexicanos (Pemex), a 150 metros de uma plataforma petrolífera do campo de Ku-Maloob-Zaap (KMZ), que se encontra deserta. O incêndio foi relatado às 05h15 (7h15 de Brasília).
De acordo com a estatal, as chamas foram controladas depois de pouco mais de cinco horas de trabalhos na área, assinalando que não foram registrados feridos e que a extração de petróleo não foi prejudicada. Três navios ajudaram a apagar as chamas, evitando assim qualquer risco direto para a plataforma Ku Sierra. A empresa informou que mergulhadores especializados em controle de acidentes seriam acionados para consertar e fechar válvulas localizadas a 78 metros de profundidade.
Situação crítica
Em abril, a petrolífera também sofreu um incêndio na refinaria de Minatitlán, no Estado de Veracruz, que deixou sete feridos. Os informes sobre o incidente apontaram que o fogo foi provocado por um vazamento em uma bomba de carga. A terceira maior refinaria do México ficou desativada durante várias semanas em consequência do incêndio.
Em meio à disputa de López Obrador com a iniciativa privada e o Poder Judiciário por sua política energética, a Pemex vive um de seus momentos operacionais mais críticos. Contrariando as primeiras estimativas do Governo federal, que situavam a produção de petróleo em 2,4 milhões de barris diários, o presidente López Obrador declarou em março que durante seu mandato haverá uma “produção moderada”, o que significa que não passará de 2 milhões barris diários. Depois da debacle operacional que, no final de 2020, deixou a Pemex com uma produção diária de 1,6 milhão de barris − a menor em 40 anos −, a petrolífera apresentou uma leve melhora no início deste ano, com uma produção de quase 1,7 milhão por dia.