Um documento elaborado por entidades ligadas ao setor elétrico de todo o país defende o retorno do horário de verão como medida emergencial para enfrentar a crise energética.
As associações pregam ainda que, no longo prazo, o governo deve priorizar o incentivo à eficiência energética para reduzir o risco de novas crises. O grupo de entidades diz que o horário de verão economizaria entre 2% e 3% do consumo no início da noite, reduzindo a necessidade de acionar térmicas mais caras que hoje pressionam a conta de luz.
O horário de verão foi extinto em 2019, sob o argumento de que já não garantia grande economia de energia enquanto causava transtornos para trabalhadores, principalmente aqueles que dependem do transporte público ainda de madrugada. Porém, naquela oportunidade, o Operador Nacional do Sistema (ONS) foi contrário, mas prevaleceu o argumento de que a economia vinha se reduzindo na medida em que o pico do consumo no verão se deslocou para o meio da tarde.
Com o agravamento da crise energética, no entanto, vem crescendo no últimos meses o apoio ao retorno do programa, que adia em uma hora o fim do dia, garantindo melhor uso de iluminação natural em um horário de grande demanda por eletricidade.
História do Horário de Verão
O horário de verão foi instituído pela primeira vez no Brasil em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas. À época, dizia o Diário de Noticias: “a prática dessa medida, já universal, traz grandes benefícios ao público, em consequência da natural economia de luz artificial”.
A medida foi repetida em anos seguintes, sem regularidade. A partir de 1985 – ano que foi marcado por uma seca histórica, que resultou em blecautes e racionamento de água -, o horário diferenciado passou a ser adotado anualmente, com duração e abrangência territorial definidas por decretos presidenciais.
Em 2008, um decreto tornou o horário de verão permanente, vigorando do terceiro domingo de outubro até o terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte. Até que, em abril de 2019, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também por decreto extinguiu a medida.
“O horário de pico hoje é às 15 horas e [o horário de verão] não economizava mais energia. Na saúde, mesmo sendo só uma hora, mexia com o relógio biológico das pessoas”, argumentou Bolsonaro, à época.