Onda de calor atual é prévia do verão no Brasil
A primeira onda de calor do verão climático atinge atualmente o Oeste, Norte e Nordeste da Argentina, Paraguai, Bolívia e regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, com temperaturas superiores a 40ºC. Na Argentina, San Juan registrou 45,3ºC, enquanto Mendoza teve seu dia mais quente da história, atingindo 44,9ºC. No Sul do Brasil, Porto Xavier chegou a 40,6ºC, e em Cuiabá, no Centro-Oeste, a máxima foi de 42,2ºC. A onda de calor atinge seu ápice no Sul do Brasil, com previsões de 35ºC a 40ºC na maioria das cidades gaúchas.
O calor extremo segue uma tendência de meses consecutivos com recordes de temperatura no Brasil. Setembro, outubro e novembro foram os mais quentes globalmente, com o Brasil registrando recordes mensais de temperatura média nacional por cinco meses consecutivos. A onda de calor em setembro foi tão extrema que cientistas atribuíram sua probabilidade aumentada por cem vezes devido às mudanças climáticas.
Em outubro, o Centro-Oeste enfrentou temperaturas acima de 40ºC, com Cuiabá atingindo 44,2ºC. Novembro trouxe uma terceira onda de calor, que quebrou recordes em São Paulo e no Rio de Janeiro, afetando até o consumo de energia, que atingiu 100.000 MW pela primeira vez na história.
Apesar das preocupações, a primavera quente não indica necessariamente um verão mais quente em todo o Brasil. A chuva regula os extremos de calor, e em algumas regiões, como o Norte, a estação chuvosa reduz extremos de temperatura alta. A previsão climática para o verão de 2024 indica temperaturas acima da média na maior parte do Brasil, com o Sul e o Rio de Janeiro enfrentando um verão mais quente que a primavera, enquanto o Centro e Norte podem ter temperaturas ainda mais elevadas.
Diferentemente dos últimos anos sob La Niña, que favoreceu estiagens, o verão próximo deve ter mais chuva e umidade, resultando em noites mais quentes e tempestades de verão frequentes. As ondas de calor, historicamente associadas a La Niña, também podem ocorrer durante o El Niño, como observado no Sul em 2010. O Rio Grande do Sul enfrentou uma forte onda de calor com mínimas altas e maior umidade, destacando a complexidade dos padrões climáticos.