A primavera começa oficialmente nesta segunda-feira (22), às 15h19, e já chega com características típicas do inverno: temperaturas baixas, mínimas próximas de 10°C e possibilidade de geada em algumas regiões do Rio Grande do Sul. A estação vai até 21 de dezembro, quando dá lugar ao verão.
Apesar do início gelado, a previsão para os próximos três meses é de temperaturas acima da média histórica e períodos mais secos, especialmente a partir de novembro, com risco de estiagem em áreas como a Fronteira Oeste, Campanha e parte do Vale do Taquari.
Chuva deve diminuir nos próximos meses
Segundo especialistas em meteorologia, a primavera começa com volume de chuva dentro da normalidade. No entanto, há expectativa de redução gradual na precipitação entre o fim da estação e o início do verão, principalmente pela diminuição da umidade vinda da Amazônia.
“Não significa ausência de chuva, mas sim um volume total mais baixo, com distribuição irregular”, explica Julio Marques, professor de meteorologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a primavera deve registrar entre 30 e 50 milímetros a menos que os índices médios históricos.
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Norte do RS: média histórica entre 500 e 600 mm
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Centro do Estado: entre 400 e 500 mm
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Extremo Sul: entre 300 e 400 mm
Temperaturas mais altas e evaporação acelerada
Com menos chuva e maior incidência de sol, os termômetros devem marcar entre 19°C e 24°C na maior parte do Estado, com possíveis desvios de até 2°C acima da média.
O clima mais seco e quente pode provocar perda de umidade do solo e dos reservatórios, favorecendo a ocorrência de estiagens, especialmente em áreas agrícolas e rurais.
“O calor associado ao ar seco acelera a evaporação e agrava a escassez hídrica, um risco real para o fim da primavera”, alerta Julio Marques.
Chance de La Niña preocupa meteorologistas
Dados da Organização Meteorológica Mundial apontam alta probabilidade de formação de um novo episódio de La Niña já em outubro. O fenômeno é caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico e está historicamente ligado à redução da frequência e do volume de chuvas no RS.
A expectativa é que, mesmo com intensidade fraca a moderada, o La Niña tenha efeitos perceptíveis no clima gaúcho até o início do verão.
Primavera também traz instabilidade e contrastes
A nova estação marca a transição entre o inverno e o verão. Com dias mais longos e maior incidência solar, há aumento gradual da temperatura. No entanto, massas de ar frio ainda podem chegar com força, gerando contrastes climáticos que favorecem a formação de tempestades localizadas e eventos severos.
Por isso, os especialistas reforçam a importância de acompanhar as previsões de curto prazo, especialmente em áreas mais vulneráveis a variações extremas de clima.
