#ColunaDaMari | Acidentes, imprudência e prejuízos

Nas últimas semanas, acidentes graves e com vítimas fatais dominaram os portais de notícias da nossa região — algo que fazia tempo que não acontecia. Em Encantado, o número de pequenos acidentes também aumentou consideravelmente, o que é motivo de preocupação. Segundo estudo realizado pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação, 53,7% dos acidentes são causados pela imprudência dos motoristas. Destes, 30,3% ocorrem por infração das leis de trânsito, enquanto 23,4% resultam da falta de atenção do condutor. Pode-se afirmar, portanto, que a “falha humana” é a principal causa dos acidentes nas estradas e ruas brasileiras. Voltando a Encantado, confesso a vocês que sinto falta das ruas com paralelepípedos cheios de buracos — afinal, eram muito mais seguras para todos nós. Muitos reclamam das rótulas e chamam Encantado de “cidade dos quebra-molas”, mas vocês já pararam para pensar no caos que seria em nosso município se as ruas asfaltadas não tivessem esses obstáculos? Afinal, placas de sinalização, pinturas informativas de redução de velocidade e faixas de segurança aqui parecem ser invisíveis. Assim como o desrespeito de inúmeros motoristas que estacionam veículos enormes nas esquinas, impossibilitando a visão dos demais. Conversando com diversas pessoas que, assim como eu, precisam utilizar diariamente o entroncamento da Rua Miguel Luiz Pretto com a Rua Sete Irmãos (recentemente asfaltada) e, posteriormente, a Rua Treze de Maio, percebo que todos se sentem completamente inseguros ao trafegar naquele local. E não é por falta de sinalização, e sim por falta de noção dos motoristas. “Quase acidentes” são relatados diariamente. Levando em conta que o local nem tem grande movimento, imaginem só se tivesse! Em conversa com membros da Administração Municipal, obtive a informação de que estão sendo feitos estudos para redução da velocidade no local. Mas todos nós sabemos que, se a solução for a construção de quebra-molas, o mimimi vai tomar conta da população. Infelizmente, atualmente, não vejo outra alternativa — a não ser que, por um milagre da criação divina, pudéssemos contar, a partir de hoje, com o mínimo de compreensão de todos que trafegam não somente por aquela via, mas por todas as ruas asfaltadas e de grande circulação do nosso município. Seria tão simples se todos respeitassem os limites de velocidade, parassem nas esquinas, aguardassem sua vez de entrar na rótula e, ao menos, reduzissem a velocidade ao avistar uma faixa de segurança. De nada adianta, depois de um acidente, culpar a Administração Pública ou achar errado a Brigada Militar intensificar a fiscalização nas ruas. Basta tirar um pouco o pé do acelerador, parar de achar que está em uma pista de corrida, largar o celular enquanto dirige, ter um pouco mais de atenção e, principalmente, parar de achar que você está imune a sofrer um acidente. Outro fato que assusta e revolta a população são os prejuízos que muitos proprietários de veículos têm enfrentado por conta da imprudência. O número de casos que acabam na Justiça — e outros que jamais serão ressarcidos — cresce a cada dia por aqui. Além de muitos de nós termos que conviver com o trauma do acidente, ainda somos obrigados a pagar a conta, já que grande parte dos causadores dos acidentes não tem sequer dinheiro para colocar gasolina no veículo. Concordo que hoje um carro não é mais um luxo, e sim uma necessidade. Mas convenhamos, né? Todos sabem que ninguém está livre de sofrer um acidente. Ao adquirir um veículo — por mais facilitada que seja a compra — é sabido que a manutenção custa caro. Como muitos dizem, “o carro é uma família”. E a única coisa que é de graça e pode evitar um acidente é a prudência. Então, seria muito importante que, ao sair de carro, todos a exerçam. Obrigada, de nada!