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#ColunaDaMari | As redes sociais não são central de reclamações

Desde que mais de 92% da população do Brasil passou a ter acesso domiciliar à internet — e, consequentemente, tornou-se ainda mais dependente das mídias sociais —, muita gente passou a confundir essas plataformas com centrais de reclamação, ouvidorias e serviços de atendimento ao consumidor. Isso tem prejudicado, e muito, o próprio consumidor.

Segundo a Lei do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), as empresas são obrigadas a manter canais oficiais de atendimento, como telefone, chat, e-mail e plataformas online, e devem oferecer um serviço eficaz e acessível. A legislação também prevê prazos para resposta e resolução de problemas, além de garantir ao consumidor o direito a informações claras e ao acesso ao histórico de atendimento. O que a lei não prevê é a obrigatoriedade de as empresas adicionarem clientes no Facebook para ler suas reclamações.

A constante falta de água em Encantado acendeu esse alerta. Lê-se muito nas redes sociais sobre o que muitos chamam de “descaso” da Corsan, mas é bastante provável que nem um terço dessas reclamações tenha chegado aos canais oficiais da empresa. É importante deixar claro: independentemente do número de reclamações, quando pagamos por um serviço — especialmente os essenciais — é nosso direito que ele funcione. Essa deveria ser a regra. Mas, na prática, infelizmente, nem sempre é assim. E é exatamente nesse ponto que quero chegar.

Em “um mundo ideal”, tudo funcionaria como deveria: estradas bem conservadas, impostos justos, autossuficiência em energia elétrica, abastecimento de água e tratamento de esgoto, tudo com um custo bem menor. Mas vivemos “no mundo real”, com muitos deveres e direitos que também são nossa responsabilidade. E, nesse nosso mundo real, para que nossos direitos de consumidor sejam respeitados, precisamos sair da zona de conforto e utilizar os canais oficiais das empresas. É só por esses meios que podemos garantir que nossas reclamações sejam realmente recebidas e tratadas.

O que está acontecendo com a água em Encantado?

Nesta semana, a Prefeitura de Encantado convocou a Corsan para prestar esclarecimentos sobre a recorrente falta de água em diversos bairros do município. A empresa responsável pela operação após a privatização explicou as causas do problema — e o que está sendo feito para resolvê-lo.

Atualmente, parte da cidade ainda é abastecida pela ETA (Estação de Tratamento de Água), que capta água do Rio Taquari. Com as chuvas intensas e enchentes, essa captação é comprometida: o lodo entra na estrutura, os equipamentos entopem e a estação precisa ser desligada temporariamente. Além disso, quedas de energia elétrica também afetam o fornecimento em áreas mais altas, como os loteamentos Fumagalli e Jardim das Fontes.

A boa notícia é que a solução definitiva já está em andamento. Até o final de 2026, a ETA será desativada, e toda a cidade passará a ser abastecida por poços artesianos — uma solução mais confiável, que independe do rio.

Enquanto isso, estão sendo adotadas medidas emergenciais, como:

• Limpeza rápida da ETA com caminhão hidrojato;
• Ajustes nas válvulas para aumentar a pressão em bairros críticos;
• Perfuração de novos poços e interligações à rede existente;
• Instalação de uma nova bomba e mudança no ponto de captação para evitar entrada de lodo;
• Monitoramento de vazamentos ocultos com tecnologia de geofonamento.

A Coluna da Mari seguirá acompanhando de perto o caso. A promessa é de melhorias a curto, médio e longo prazo — com o objetivo de construir um sistema mais seguro e confiável, garantindo o fornecimento regular de água para todas as famílias encantadenses.

A Corsan também reforça a importância do uso de seus canais oficiais de atendimento, criados para agilizar o contato com a população. Para pedidos, sugestões, reclamações e demais demandas, os clientes devem utilizar: Aplicativo Corsan; Agência Virtual: cliente.corsan.com.br; WhatsApp: (51) 99704-6644; Telefone 0800 646 6444 (ligação gratuita). A Companhia permanece à disposição por meio desses canais e orienta que a população priorize esses meios para registrar ocorrências — o que facilita a tomada de providências e a atuação eficaz das equipes de serviço.

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