#Flores.Ser | Mão do deserto

Esta semana voltei no tempo…, de uma forma saudosa, profunda, de um tempo distante e paradoxalmente presente. Bateu o instante, a eternidade que lembra a vida como um todo, compreendendo uma retrospectiva, o presente e o futuro…
Em 2017 meu irmão saiu para fazer uma viagem de moto com alguns amigos até o Chile, era a viagem que planejava a muito tempo, aquela que pode ser chamada a viagem dos sonhos, porém, após se despedir de todos com muita alegria, já nas primeiras horas de sua partida, recebemos aquele telefonema que muda tudo. Não conseguiu chegar ao destino, mesmo tendo feito a viagem da sua vida.
Nesta semana, para minha surpresa, em meio aos compromissos diários, recebi uma mensagem do meu primo Rodrigo, que havia completado a viagem do Rafael, conforme havia me prometido no momento da despedida do Rafael. Apaguei da memória essa promessa, mas confesso que por diversas vezes me peguei pensando neste destino, o Deserto de Atacama no Chile.
Recebi a fotografia da camiseta que meu irmão havia preparado para a viagem, com a seguinte mensagem: “Oi Quel! Hoje estivemos na Mano Del Desierto. Trata-se de um monumento emblemático. Todos os motociclistas vão até lá. Levei comigo e deixei lá a camiseta do Fufa… da viagem que ele estava fazendo. Eu estava com ela e tinha prometido que um dia nós faríamos esta viagem, e fizemos. Todos rezamos um Pai Nosso e foi bem legal e emocionante. Hoje ele completou a viagem Bj”.
Esta mensagem reacendeu vários sentimentos e lembranças de quando criança onde passávamos os verões juntos, todos os primos na casa de nossos avós. Cheguei a sentir o vento e o cheiro do verão, ouvir nossas risadas, e tudo se conectou novamente…
Embora o tempo tenha nos distanciado fisicamente, neste instante não havia tempo, estávamos todos na memória do meu coração, cada um com seu percurso, mas todos com os valores vivenciados na infância, valores de família, união, alegria e amor.
Fica a alegria, o amor, o desejo de planejar muitas viagens, e a gratidão por sonhar e trazer comigo memórias que honram e justificam a nossa existência.
“Saudade é o amor que fica!” e sou muito grata pela minha família e todas as pessoas que deixaram em mim a alegria de viver!