“É a emoção a partir da qual se faz ou se recebe um certo fazer que o transforma numa ou noutra ação, ou que o qualifica como um comportamento dessa ou daquela classe. Sustentamos […] que nós, humanos, existimos na linguagem, e que todo o ser e todos os afazeres humanos, ocorrem, portanto, no conversar – que é o resultado do entrelaçamento do emocionar com o linguajear.”
Humberto Maturana e Guerda Verden-Zoller
“Essa citação está no início do livro Amar e brincar: fundamentos esquecidos do humano, dos autores citados acima e, nos coloca frente a questões humanas básicas esquecidas: temos dificuldades de falar sobre nossos sentimentos e emoções, temos dificuldade de falar com clareza sobre esse território que somos nós mesmos. Habitamos e conhecemos muitos territórios e, talvez tenhamos esquecido o principal: nosso corpo, nossa alma. Esquecemos de brincar e distanciamos nossas crianças desses fundamentos naturais.
No início de 2022, um grupo de amigos de áreas diversas – portanto multidisciplinar – decidiu reunir-se e apostar num sonho – o sonho de conseguirmos viver em ambientes de paz, de cuidado, que proporcionem uma aprendizagem real e ampla. Assim, nasceu o Projeto Flores.Ser e, desde então estamos nas escolas municipais de Encantado/RS, com o grande objetivo de criarmos espaços de respiro, de escuta, de cocriação, espaços nos quais possamos nos repensar e, proporcionar para as nossas crianças um cuidado genuíno, espaços para emocionar e linguajear = conversas sinceras, espaços para brincar!
Hoje, o projeto atua em três camadas: sala de aula – com encontros semanais das Oficinas do Ser; espaço terapêutico – com atendimentos individualizados e, no mês passado, iniciamos a escuta dos gestores de cinco escolas e da secretaria municipal de educação. No dia 05 de junho, aconteceu o primeiro encontro com professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Porto XV.
Escola é comunidade e, comunidade é escola – uma não está dissociada da outra, por isso acreditamos que transformar, parte de um resgate de valores básicos e fundamentos genuínos, de todos nós. Somos sabedores que o “Caminho do Meio” é possível e, assim seguiremos acreditando no nosso sonho de um mundo melhor para todos, mas em especial para nossas crianças e adolescentes!
Agradecemos a grande porta que se abriu!
Nosso grande desejo é que todas as crianças do mundo sejam cuidadas, protegidas, recebam amor, aprendam a amar e vivam com dignidade e, que nossas crianças internas sejam olhadas e curadas com essa energia de entrega e afeto”.
ANA FAUSTA BORGHETTI
Facilitadora de Processos de Inovação Social nas áreas da Educação e do Desenvolvimento Humano
