#ColunadaMari | Estamos a 89 segundos do fim do mundo
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Navegando pelas redes sociais essa semana, recebi uma notificação de lembrança que me deixou muito feliz, pois completo três anos de Coluna. Primeiramente, gostaria de agradecer a cada leitor, afinal, entrar para a mídia é fácil, permanecer nela é algo que se constrói a cada edição. Mas, como tive os melhores exemplos profissionais, acredito que seja também um ponto forte a se destacar.
E como o que eu mais gosto de fazer é dividir as minhas reflexões com meus leitores, no domingo assisti a uma reportagem que me chamou muito a atenção. Especialistas afirmam que estamos a 89 segundos do final do mundo, conforme o Relógio do Juízo Final, atualizado por cientistas desde 1947. O relógio avalia o quão perto a humanidade está da destruição total e foi criado por especialistas que ajudaram a construir a primeira bomba atômica. Originalmente, ele pretendia “medir” ameaças nucleares, mas, em 2007, os cientistas decidiram incluir as mudanças climáticas em seus cálculos. Assim, diversos momentos históricos fizeram com que o relógio fosse ajustado para mais perto da meia-noite, o ponto teórico da aniquilação.
Em 2025, ele começou a marcar 89 segundos para a meia-noite, o ponto mais próximo do apocalipse já registrado, tendo em vista ameaças sobre o uso de armas nucleares pela Rússia em meio à invasão da Ucrânia, aplicações militares da inteligência artificial e mudanças climáticas, por exemplo. Em 1953, testes nucleares da União Soviética fizeram com que o relógio marcasse 2 minutos para a meia-noite pela primeira vez. Em 1984, em meio à Guerra Fria, o Relógio do Juízo Final foi ajustado para marcar 3 minutos para a meia-noite, quando a relação entre Estados Unidos e União Soviética chegou a um dos pontos mais baixos do conflito. Em 2018, mudanças climáticas e ameaças tecnológicas fizeram com que o relógio voltasse a marcar 2 minutos para a meia-noite, desde os testes nucleares. Já em 2020, com o retorno do perigo nuclear e das mudanças climáticas, o relógio passou a marcar 100 segundos para a meia-noite, a primeira vez em que ficou abaixo dos dois minutos. Esses perigos foram agravados pela “guerra de informação cibernética”, que, de acordo com os especialistas, prejudica a capacidade de resposta da sociedade aos problemas.
O que mais preocupa é que, em meio a tantas guerras que já existiram, é neste ano que estamos no momento mais próximo da meia-noite registrado pelo Relógio do Juízo Final. E, segundo afirmam os estudiosos: apesar de fatores como risco nuclear, mudança climática e uso indevido de avanços nas ciências biológicas e inteligência artificial não serem novidade para ninguém, eles destacam que tanto líderes nacionais quanto as sociedades têm falhado muito em tentar mudar o curso rumo à aniquilação.
E não é preciso pensar muito para perceber que realmente estamos falhando enquanto sociedade. É perceptível o grande número de pessoas que estão buscando na Bíblia explicações sobre o que está acontecendo, assim como uma forma de tentar mudar. É só ver a febre que virou a aquisição do famoso livro “Café com Deus Pai” para ter certeza de que sabemos que estamos no princípio do fim. Mas ter fé, sem mudar as atitudes, de nada adianta. É preciso mudar internamente, mas, principalmente, mudar quando o problema afeta coletivamente.
Vamos voltar para setembro de 2023, onde, pela primeira vez, nós, encantadenses, sentimos na pele o que é viver a maior catástrofe já registrada. O que nós fizemos para evitar novos eventos como esse? Eu digo nós, enquanto sociedade, deixando um pouco de lado os setores públicos. Até onde eu sei, pouco ou nada. Continuamos a plantar em locais proibidos, a construir em locais de risco, a descartar lixo em locais indevidos, sem separar o lixo e a usar os recursos naturais disponíveis como se eles nunca fossem fazer falta.
Volto agora à epidemia de dengue que enfrentamos. Que atitudes nossas mudaram depois disso? Vi os governos investirem na contratação de agentes fiscalizadores de endemias, mas a sociedade continua sem limpar os seus terrenos baldios, acumulando lixo nesses locais, além de se recusar a receber os agentes em suas residências, ao menos para uma orientação. E depois de sofrermos tantas perdas com a pandemia de Covid-19, quantas daquelas medidas de proteção obrigatórias a gente tem seguido para evitar uma nova onda? Nenhuma.
Os alertas não são de agora. Apenas têm ficado cada vez mais agravantes e não devem mais ser ignorados pela sociedade. Não basta apenas querer um futuro melhor para as próximas gerações, temos que mudar nossas atitudes para que ele realmente aconteça.