#NolimarPerondi | Barulho

Juntos
Participei na quinta-feira, 3 de julho, de um encontro onde o Sicredi Região dos Vales realiza há anos, Projeto Juntos pela Região. O auditório da instituição estava lotado, com cerca de 700 pessoas, representando os 480 projetos apoiados pelo Sicredi, nos 18 municípios que atua. Um vídeo mostrou alguns desses projetos, que atuam nas suas comunidades transformando realidades. Após, os presentes assistiram a uma palestra com Jorge Trevisol, doutor em educação e mestre em psicologia e espiritualidade, que abordou “Motivações para viver melhor em tempos de mudança”. O Sicredi apoia esses projetos com ações nas áreas da educação, cultura, esporte, inclusão, saúde, segurança, solidariedade e sustentabilidade.
Inspirador
Conhecer o trabalho de pessoas e entidades que interfere positivamente na vida das comunidades é muito reconfortante. Sempre fiz questão de estar nesses encontros para conhecer de perto esses abnegados que doam seu tempo em prol de outros que talvez não conseguissem a oportunidade por conta própria. É comovente e inspirador. É tudo que eu acredito em uma sociedade: justa, inclusiva e capaz de transformar vidas com oportunidades que por alguns motivos não seriam alcançados nas ações públicas. O Sicredi Região dos Vales apoiando esses projetos – notem, nesse ano foram 480 nos 18 municípios em que a cooperativa de crédito está presente – ajuda as iniciativas locais e inspira outros, promovendo um círculo virtuoso que faz bem a todos. O Sicredi Região dos Vales tem muito disso na sua formação e atuação, promovendo o desenvolvimento da região, fortalecendo a integração, o bem-estar, a solidariedade e o relacionamento entre as pessoas. A atual direção da cooperativa parece que compreendeu muito bem o sentido de “ter para ser”.
Olhar
Há alguns anos, uma das herdeiras mais ricas do Brasil, Lily Safra, gaúcha de Porto Alegre, falecida em 2022, esposa do também herdeiro do Banco Safra, Edmond Safra, falecido em 1999, fez uma doação de 10 milhões de euros – cerca de 44 milhões de reais – para reconstrução da Catedral de Notre-Dame, na França, parcialmente destruída por um incêndio ocorrido em abril de 2019. Na época a socialite justificou: “Eu e seu marido sempre sentimos uma relação especial com o país e seus locais históricos”. Importante dizer que esta senhora também era conhecida por diversas atividades filantrópicas aqui no Brasil e no mundo. Conforme o jornal Le Monde, a doação de Lily foi uma das mais altas para a reconstrução da igreja em Paris, maior até que o enviado pelo Grupo Disney, que lucrou 325 milhões de dólares só com a bilheteria da animação “O Corcunda de Notre-Dame” em 1996.
Ter ou ser
Da mesma forma, me parece importante em dizer que a fortuna herdada pela bilionária, segundo a revista Forbes no ano de 2019, era 1,3 bilhão de dólares – 5 bilhões de reais – foi auferida aqui no Brasil. Não é propósito questionar o capital de quem tem e o que fazem com ele, porém dia desses, lendo um artigo de opinião na Folha, do psicólogo Waldemar Magaldi Filho, autor do livro “Dinheiro, Saúde e Sagrado”, me fez pensar um pouco mais sobre o sentido da vida. Nesse texto, o escritor abordava a vida e obra do ex-presidente uruguaio José Mujica e citou: “Mesmo como presidente do Uruguai nunca se afastou da simplicidade, dirigia seu fusca, vivia em sua modesta chácara e doava mais da metade de seu salário a programas de habitação popular, amava a natureza, celebrava a vida, o silêncio e a simplicidade, declarava não acreditar em Deus, mas torcia para estar errado. Mujica se tornou um arquiteto de futuros possíveis provando que substituir o ter para ser, pelo servir para ser não é utopia, mas uma exigência evolutiva. Sua trajetória não é sobre um herói idealizado, mas sobre o potencial adormecido em cada ser humano que ousa se perguntar quem sou eu quando deixo de ser aquilo que possuo?”.
Faço esta reflexão justamente para validar as ações propostas por voluntários que desenvolvem projetos de inclusão, a exemplo daqueles auxiliados pelo Sicredi, Juntos pela Região, e pela própria instituição cooperativa que consegue ver pessoas e entidades que se propõem em servir em prol de outros necessitados. Estes são, cada na sua proporção, arquitetos de um futuro possível e, talvez, conhecedores do questionamento feito: “Quem sou eu, quando deixo de ser aquilo que possuo”?
Sem Sustos
Por conta de um acerto interno entre a base governista na Câmara de Vereadores de Encantado, a presidente Joanete Cardoso cumpriu o tratado e renunciou ao cargo. Assim, o vice-presidente Cris Costa assumiu a presidência e já comandou a sessão ordinária na segunda-feira.
Barulho
Na sessão desta semana da Câmara de Vereadores de Encantado, uma senhora, que estaria à frente de um grupo de moradores da rua Padre Anchieta que estão solicitando uma ação do poder público para coibir algazarra e barulho nas madrugadas dos finais de semana, pediu com a formalidade exigida, o uso da Tribuna Popular. Informou que depois de outros meios procurou a promotoria e ficou definido que a prefeitura fiscalizasse e os estabelecimentos deveriam fechar à meia-noite. Na sequência, a moradora afirmou: “Me ligaram da promotoria que os vereadores votaram uma lei tirando o direito da prefeitura de fiscalizar os estabelecimentos e deixando os estabelecimentos abertos até que quisessem, resultado – tudo que a gente ganhou em anos de lutas foi por terra abaixo, inadmissível, dá para viver bem com regras”. Pediu ainda que os vereadores revejam a lei e sobrou tempo para dar uma ‘chamada’ a eles numa espécie de ‘xixizada’ generalizada.
Mentiu
Depois de a moradora falar na tribuna, o vereador Daniel Passaia pediu a palavra e disse que os vereadores buscam a conciliação e respeito à lei e diretamente afirma que o promotor mentiu: “O MP comete uma inverdade quando diz que nós vereadores aprovamos uma revogação do direito do município fiscalizar as ruas e as badernas. O promotor Heráclito mente para a população quando diz isso, porque se pegarmos o Código de Posturas, está intacto”.
Tigrão
O vereador Daniel Passaia, fazendo tal afirmação, que o “promotor Heráclito mente”, se expõe de forma excessiva. Mesmo que estivesse contrariado pelo ‘chamado’ da moradora, poderia ser mais ponderado. Não que não tenha o direito de divergir dos posicionamentos do Ministério Público, porém me parece uma falta de elegância. Pagou de tigrão, se vai manter são outros quinhentos. Ou quem sabe, foi proposital a provocação para testar o direito de fala baseado na imunidade parlamentar que garante a inviolabilidade civil e penal por suas opiniões, palavras e votos. Vale salientar que esta imunidade não é absoluta e sim, tem limites, especialmente quando a manifestação não guarda relação com a atividade parlamentar.
Barulho
Acompanho o problema do barulho na Padre Anchieta há muitos anos. Também entendo que tudo deve estar regrado para uma convivência social pacífica. Não estou entendendo muito bem é sobre uma responsabilidade que querem imputar aos proprietários, no caso, de bares para exercer uma fiscalização. Esse assunto também será pauta da entrevista, que já está agendada para o podcast Sem Roteiro, com o promotor Heráclito Neto. Vai ao ar pelas redes sociais do jornal Força do Vale e é ao vivo na próxima terça-feira, 20 horas.
CPI
Me parece que amornou a empolgação inicial de instalar uma CPI na Câmara de Vereadores de Encantado para investigar as constantes faltas de água para moradores que são servidos através da Estação de Tratamento de Água localizada no Pinheirinho.
Água
A alta direção da Corsan/Aegea esteve em Encantado na semana passada para tratar o assunto com o prefeito Jonas Calvi. Ao que me consta, foi apresentado um plano de ação para solucionar as constantes faltas de água no município. Um dos pontos é deixar de captar água do Rio Taquari, desativando a ETA até o final de 2026. No seu lugar, o abastecimento será feito somente com os poços artesianos.
Insano
Esta proposta de desativar a ETA e abastecer a população de Encantado somente com poços artesianos é um completo absurdo. É ir à contramão da sustentabilidade. A água dos lençóis freáticos deve ser preservada para gerações futuras. O Rio Taquari, na região alta do Vale, tem uma qualidade de água invejável. Que busquem ferramentas adequadas e modernas para sanar os problemas e sejam capazes na solução dos problemas.
Roca Sales
Tenho recebido informações de pessoas que se deslocam nas estradas de Arroio Augusta, interior de Roca Sales, no sentido Coronel Pilar. As observações são elogiáveis à prefeitura, dizendo que estão largando as estradas, saibrando e desviando as águas. Boa notícia, prefeito Mazinho e vice Pivato. Passo seguinte seria o asfaltamento. Estamos na torcida.