#NolimarPerondi | Desandou

O Plano Safra 2025/2026 foi lançado no início deste mês com recursos na ordem de R$ 516,2 bilhões, um acréscimo de R$ 8 bilhões em relação à safra passada. No início desta semana, o Ministério da Fazenda publicou a portaria que autoriza o pagamento de equalização da taxa de juros para os financiamentos do Plano Safra 25/26, o que permite, na prática, o início das operações, contando com a subvenção direta do Tesouro Nacional.

Sicredi

O Sicredi Região dos Vales entende que o setor agrícola tem grande relevância para a região. Gera renda às famílias e é fundamental para impulsionar a economia e o desenvolvimento de cada localidade. O Sicredi, como sempre, está ao lado do produtor rural, buscando alternativas e soluções para viabilizar os seus projetos. Isso faz parte da atuação da instituição. Assim sendo, a cooperativa de crédito informa que está recebendo propostas de financiamento para o Plano Safra 2025/2026. Serão disponibilizados cerca de R$ 420 milhões em crédito rural, sendo que a expectativa é atender aproximadamente 3 mil associados nos 18 municípios da sua atuação. Os recursos são para custeio, investimentos e comercialização das principais culturas – milho, soja, erva-mate e uva – além de atividades pecuárias – bovinocultura, avicultura e suinocultura. No ciclo anterior, finalizado em junho, o Sicredi Região dos Vales liberou R$ 380 milhões. Para o Diretor Executivo, Roberto Scorsatto, a disponibilização dos recursos para o agronegócio reflete o compromisso da instituição no desenvolvimento da região: “Por meio dessa parceria, os associados podem ter acesso a recursos que viabilizem melhorias, gerando renda e aumento de produtividade.” Em nível nacional, o Sicredi conta com mais de 9 milhões de associados e prevê a liberação de R$ 68 bilhões de crédito rural neste ciclo do Plano Safra. Esse valor representa um aumento ao plano anterior estimado em 10%, prevendo mais de 319 mil operações, atendendo majoritariamente pequenos e médios produtores rurais.

Reparo

Na semana passada, usei o projeto Juntos pela Região, desenvolvido pelo Sicredi Região dos Vales, que apoia financeiramente ações sociais nos municípios em que atua. Na contextualização, abordei experiências de vidas voltadas aos que mais precisam de apoio. O reparo que preciso fazer é sobre um ato falho cometido, quando escrevo “que a atual direção da cooperativa parece que compreendeu muito bem o sentido de ter para ser”; na verdade, o sentido que queria dar, por obviedade, é de “servir para ser”. Até porque a instigação proposta era saber “quem sou eu quando deixo de ser aquilo que possuo”.

Pretensões

A precocidade do assanho político, já percebido em algumas localidades, inclusive aqui em Encantado, pode ter um banho de água fria — ou melhor, gelada. Acredito que muitos sabem que tramita no Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição, chamada PEC no 12/2022, que trata do fim da reeleição. Ocorre que o senador Ciro Nogueira, que é do PP do Piauí, propôs uma emenda que, caso avance, pode permitir que prefeitos de todo o país possam permanecer no cargo por 14 anos.

Proposta

O autor da emenda, Ciro Nogueira, propõe uma transição antes da extinção definitiva do direito à reeleição. Nesse caso, os prefeitos eleitos em 2020 e reeleitos em 2024 poderiam disputar novamente, em 2028, um último mandato de seis anos. Assim, os gestores poderão permanecer até 2034. Depois desse período, conforme o projeto, as eleições seriam unificadas para todos os cargos com mandatos de cinco anos. Para vereadores, deputados estaduais e federais, a reeleição continuaria autorizada.

Aqui

Caso o texto seja aprovado, o prefeito Jonas Calvi, por exemplo, que se enquadra nesta proposta, poderá tentar novo mandato e continuar à frente do Executivo de Encantado até 2034. Conforme for a composição do Congresso, a partir da eleição de 2026, e também quem será o presidente eleito, essa possibilidade tem tudo para acontecer. O atual Congresso já está bastante contaminado pela polarização, e a expectativa dos analistas é que a nova composição poderá se radicalizar ainda mais, dependendo de quem será o presidente. Alguém duvida que essa emenda seja aprovada?

Candidato

Há poucos dias, o filho mais político do ex-prefeito Adroaldo Conzatti, o Gilson, externou, durante entrevista no podcast Sem Roteiro, sua pretensão de trocar o domicílio eleitoral de Iraí para Encantado e ser candidato a prefeito em 2028. Tenho a impressão de que, caso a PEC que extingue a reeleição seja aprovada, haverá muito tigre e pouco capão nas eleições municipais de Encantado. Se, por um lado, a antecipação de candidaturas traz uma possibilidade de ser mais lembrado — numa analogia do ditado popular de que “boi lerdo toma água suja” — por outro, como disse o senador Mourão: “Macaco que muito se mexe leva chumbo.”

Entrevista

Na terça-feira desta semana, entrevistei o promotor da comarca de Encantado, Heráclito Mota Barreto Neto. O assunto principal foi sobre a perturbação na Padre Anchieta. O promotor está tentando encontrar uma solução para o problema que se arrasta há anos. Na entrevista, o promotor Heráclito afirma que quer garantir o direito ao lazer das pessoas, quer garantir o direito dos empresários e também quer garantir o direito ao sossego das pessoas. Sobre a emenda proposta pelo vereador Daniel Passaia e aprovada por unanimidade na Câmara de Vereadores de Encantado, que isenta o comerciante de qualquer fiscalização e também diz que não haverá fiscalização do poder público municipal quanto aos horários de funcionamento das empresas, o promotor julga ser um desserviço ao que já estava acordado desde dezembro do ano passado.

Desandou

Estava tudo correndo de maneira a se achar um ponto de equilíbrio entre moradores, comércio e o lazer das pessoas, depois de uma reunião entre estes na promotoria de Encantado. Cada um com seu compromisso, até que esta emenda, votada na Câmara, fez por desabar tudo. Só tumultuou o processo com uma emenda totalmente inconstitucional, que, inclusive, já foi proposta ação de inconstitucionalidade por parte da administração municipal. Penso que o líder do governo na Câmara esteja se esforçando para deixar o prefeito constrangido.

Redes

O vereador Daniel Passaia tem buscado notoriedade através das redes sociais e não passa uma sessão sem seus pitacos sobre o governo federal. Ele acha interessante mostrar ao seu eleitorado seu posicionamento — até acho um direito. Ocorre que muitas informações trazidas por ele não passam do assoalho: rasas. Nesta semana, manifestou repúdio sobre um aumento de alíquotas aos carros importados, dirigindo críticas ao governo federal. O vereador desconhece que o aumento faz parte de um cronograma gradual aprovado pela Câmara de Comércio Exterior, que visa estimular a produção nacional de veículos elétricos e híbridos, já acertados com as associações representativas. O vereador, como cereja do bolo, encerra seu discurso dizendo que todos os governos são um problema. Mais uma: esqueceu que é ele o líder do governo municipal de Encantado. Que coisa.

Inovação

O projeto municipal de Encantado na área de educação, com um centro de inovação, ao que parece começa a ganhar corpo. Uma publicação nas redes sociais do prefeito Jonas Calvi mostra uma campanha para que a população contribua opinando como deve ser chamado este centro. O local, que vai acolher estudantes na área da inovação, será no antigo prédio da Univates, no Bairro São José.

Segurança

Encantado tem experimentado a fúria da natureza nesses últimos anos: enchentes jamais vistas, inundações no centro e bairros e, mais recentemente, deslizamentos. Quando cheguei em Encantado, em 2001, ocorreu uma grande enchente no mês de setembro. Eu lembro que, na época, estava trabalhando na Rádio Encantado e liguei para a prefeitura querendo conversar com os responsáveis pela Defesa Civil. Fui informado de que não existia este setor. Nesta semana tivemos um exercício de simulação de calamidade. Todos os órgãos de segurança e socorro estiveram juntos neste trabalho de treinamento. Uma evolução positiva, com certeza. Tudo se aprende.

Frase
“O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.” Aristóteles.