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Suinofest

A Câmara de Vereadores de Encantado aprovou, na semana passada, o valor de R$ 200 mil para a edição deste ano da Suinofest. Conforme o vereador Valdecir Cardoso, essa autorização encontrou resistência de alguns moradores, que criticaram nas redes sociais essa aprovação. O vereador Cardoso fez esse destaque, porém, convicto do alcance social e econômico que esta festa traz ao município, defendeu o repasse dos recursos. Outro vereador que também defendeu esses R$ 200 mil à Suinofest foi Marino Deves, completando que Encantado vive um momento importante com o turismo e o retorno é garantido.

Evento

A Suinofest completa, nesta edição, 30 anos. É um evento consolidado e destacado no Rio Grande do Sul. Sim, é um evento gastronômico, que valoriza a agricultura familiar e a indústria. No município, a suinocultura é uma identidade forte. É um evento cultural, porque destaca a transformação das carnes nas mais diferentes formas, como faziam os antepassados, que usavam a charcutaria no sentido de preservação desses alimentos por longos períodos. É um evento social e econômico, que, além de promover empregos temporários, movimenta a economia local com a vinda de mais turistas. É um evento de shows e diversão. Os ingressos na área gastronômica, de fato, não são baratos, até porque são até quatro horas em que o visitante poderá comer do bom e do melhor, beber dos mais diferentes vinhos e espumantes. Estes produtos também não são baratos. Os valores públicos destinados ao evento serão usados na parte externa, e não é cobrado ingresso.

Retorno

Só para constar: de Imposto Sobre Serviço, o município de Encantado deve receber em torno de R$ 35 mil das empresas que prestam serviço à Suinofest. Até esta quinta-feira, 22/05, já haviam sido vendidos 5.400 ingressos. Destes, 4 mil são de fora de Encantado. Vamos falar mais sobre o assunto. Vou propor um podcast para falarmos da Suinofest e de todos esses números. Antes e depois do evento.

Pela Ordem

Um ensaio de ‘mal-estar’ ocorreu na sessão desta semana da Câmara de Vereadores de Encantado, quando o vereador Daniel Passaia tentou dar uma aula sobre o Regimento Interno aos vereadores Valdecir Cardoso, Diego Pretto e à presidente Joanete Cardoso. Estava sendo lido um projeto legislativo sobre o uso de sacolas plásticas biodegradáveis no comércio. Um dos autores do projeto, Valdecir Cardoso, pediu ‘questão de ordem’ e fez apontamentos sobre o projeto em si, não sobre sua tramitação.

Depois disso, o vereador Diego Pretto, que seria um coautor do mesmo projeto, queria continuar explicando. Nesse instante, o vereador Passaia fez às vezes de presidente e disse que o momento não era para defender o projeto, e que estariam fugindo da ‘questão de ordem’. A presidente Joanete não permitiu que Diego prosseguisse, e, em sua defesa, Valdecir Cardoso falou: “Senhora presidente, a questão de ordem sempre foi praticada na Casa e sempre foi transparente, e a interpretação de alguns colegas em interferir, eu acho que é errada”.

Autorização

Na sequência da sessão, o mal-estar aumentou. Quando foi dada a palavra ao presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, que no caso é Diego Pretto, este fez um gracejo em tom irônico: “Posso falar agora, Daniel? Agora tu ‘deixa’? Não, é porque eu fui censurado antes…”. O vereador Daniel Passaia tentou contrapor e pediu nova ‘questão de ordem’, e Diego retrucou antes mesmo da presidente: “Não tem questão de ordem, não tem questão de ordem, porque agora fala, fala os ‘coiso’”.

Depois, falando dos projetos liberados pela Comissão de Orçamento, alfinetou novamente o seu colega: “O projeto 029, o substitutivo, ele não trata da nossa comissão, mas o presidente da comissão, o censor aqui da nossa Câmara, ele já liberou”. Novamente, Passaia tentou intervir, afirmando que tinha sido citado. Nesse instante, a presidente da Casa, Joanete Cardoso, que já dava sinais de estresse com a situação, interveio: “Só um pouquinho, dá licença, eu presido ainda a sessão. Então, por favor, não vamos com ‘picuinhas de coisinhas’. Vereador Diego, continue, por favor.” O vereador Diego, mesmo se mostrando humilde, não deixou de alfinetar novamente o colega: “Peço desculpas, não quis ser crítico nesse momento. Posso perder a palavra mais uma vez”.

Oportunidade

No momento em que os líderes têm a palavra, o vereador Valdecir Gonzatti pediu a palavra ao líder do PSDB e, aproveitando o momento, mandou uma indireta aos seus colegas de situação, que não o escolheram para presidir o primeiro ano da atual legislatura: “Eu estava observando o trabalho das comissões. O Daniel sabe do regimento de trás para frente, trabalhou aqui, foi jurídico. O vereador Cardoso faz bastante tempo que está aqui, o Diego nem se fala, e a presidente Jô está começando agora, ela mesma fala que falta experiência… tá difícil o entendimento, fica até chato para as pessoas que estão aqui e as pessoas que estão em casa nos assistindo. Cabe ao jurídico assessorar a Jô, Mesa Diretora, a presidente que dá o rito da Casa… nós, que somos mais velhos, mesmo com a inexperiência da Jô, a gente deveria contribuir para que as coisas andassem mais tranquilas — e, pelo que estou percebendo, falta isso na situação”.

Resposta

O vereador Daniel Passaia finalmente conseguiu um espaço para dar uma resposta ao Diego Pretto e ainda emendou um ‘ensinamento’ para a presidente Jô. No momento de falar pela liderança de seu partido, subiu o tom: “O União Brasil repudia atitudes de brincadeira aqui na Câmara de Vereadores. Acho que nós estamos num lugar sério, que a população nos elege para representá-los, para fazer o melhor pela comunidade, e brincadeiras não são para esse lugar. Senão, vamos começar a virar chacota… E questão de ordem é uma questão regimental. O jurídico pode passar para a presidente Jô depois como é que funciona a questão de ordem. Não é para debater projetos”.

Presidente

A presidente Joanete Cardoso acabou percebendo alguns ‘recados’ subliminares na intensa discussão sobre questão de ordem. Na tribuna, deu o seu recado: “Eu sou a Jô, eu sou a Jô servidora, eu sou a Jô vereadora e eu continuo sendo a Jô presidente. Então, quando colocam algumas coisas que eu preciso fazer diferente ou não é o meu jeito de ser… Se alguém me colocou aqui, eu vim aqui com o que eu tinha, como eu fazia, com a minha maneira de trabalhar… Eu gosto de compartilhar com os colegas. Por vezes, eu não estou sendo aquela dureza que querem que eu seja, que tenha que seguir aquele regimento. Eu não sei ainda todo o regimento e vejo coisas no regimento que não precisam ser aplicadas aqui entre nós.”

Rito

Nas várias legislaturas que acompanho da Câmara de Vereadores de Encantado, a ‘questão de ordem’ nunca foi utilizada apenas para o seu fim. Quando um vereador queria fazer uma objeção ou confirmação sobre projetos — em discussão ou não — se valia da ‘questão de ordem’ para pedir a palavra. O termo ‘questão de ordem’ deveria ser empregado sempre de forma regimental e especificamente para o assunto em discussão. Não vejo que o rito, aqui na Câmara, devesse ser inflexível, seguindo apenas o que diz o regimento. Porém, obedecer ao regramento também é importante — para não virar conversa de galpão. Agora, por uma discussão quase juvenil entre dois vereadores, com sobra de vaidade, a presidente levar a culpa é um tanto injusto.

Mulher

Dos 11 vereadores de Encantado, a Jô é a única mulher. Não imagino que toda a discussão que fizeram repercutir na possível falta de experiência da Jô tenha sido por conta do gênero. Agora, fiquei com a sensação de que algumas atitudes, na discussão da sessão desta semana, tangenciaram a misoginia. Se fosse dar um conselho à presidente Joanete Cardoso, o faria da seguinte forma: Aos colegas, o regimento; aos mais afoitos e exaltados, o rigor dele.

Sicredi

Na segunda-feira, 26/05, o Sicredi Região dos Vales inaugura a nova agência de Muçum. Vejo esse momento como claro apoio a essa comunidade que tanto perdeu com as catástrofes sofridas. Que seja um fato gerador de motivação a todos os muçunenses.

Frase
“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” — Friedrich Nietzsche

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