#PaginaTrês | Aprovada

Duplicação da RS-129 e RS-130 e pedágio Free Flow foram discutidos em reunião com governo estadual
Uma reunião técnica entre representantes do Poder Executivo, Legislativo, ACIE e Amturvales, com participação de técnicos do Governo do Estado e do BNDES, foi realizada na quarta-feira (2), em Encantado, para discutir o projeto de duplicação das rodovias RS-129 e RS-130, além da futura implementação do sistema de pedágio Free Flow na região.
Obras
O principal ponto abordado foi a necessidade de obras de resiliência climática no trecho do km 86,8, próximo ao bairro Palmas, onde alagamentos são frequentes. Técnicos reforçaram que a elevação da pista nesse ponto é indispensável para garantir a trafegabilidade. Também foram debatidos os acessos urbanos nas regiões da Rua Equador e Barra do Jacaré. A preocupação central é a dificuldade de ligação entre bairros e a rodovia duplicada, com sugestões de implantação de passagens inferiores e ciclovias, inspiradas em modelos de infraestrutura humanizada.
Outro tema crítico foi a representação gráfica das passagens e viadutos. Divergências entre os mapas e o projeto executivo geraram dúvidas quanto ao que será rodovia elevada e o que são alças superiores. Trechos como o km 73 devem receber dois viadutos integrados, um deles com rotatória inferior.
A questão da marginal também foi analisada. Ela está prevista em mão dupla com largura mínima de 6 metros por pista, mas ainda há dúvidas sobre calçadas, ciclovias e iluminação. O traçado da ciclovia, por sua vez, segue indefinido em certos trechos e pode gerar insegurança se mal planejado.
Cobrança
No que diz respeito à cobrança de pedágio, foi esclarecido que a empresa concessionária só poderá ativar os pórticos do sistema Free Flow após cumprir obrigações contratuais como reparos, sinalização e limpeza. Até lá, a cobrança permanece nas praças físicas já existentes. Em caso de gatilhos que antecipem a duplicação de novos trechos, os custos serão rateados em toda a malha concedida.
Encaminhamentos da reunião incluem revisão técnica dos mapas, solicitação formal para ajustes em acessos urbanos, detalhamento da ciclovia e divulgação à população das regras de cobrança do novo sistema.
Duplicação
A duplicação está confirmada até Encantado, com transição para terceira faixa a partir dali. Alguns trechos, como o entre a Linha Cedro e o acesso ao Lago Azul, devem contar com rotatórias subterrâneas e binários, mantendo o fluxo da rodovia sem prejudicar a acessibilidade local.
Jornalista Rosane Tremea lança livro em Encantado
Em meio às comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul, a jornalista Rosane Tremea lança Cecilia, Antonio e eu, seu primeiro livro, inspirado na trajetória real de seus bisavós italianos, Cecilia Suzanna e Antonio Tremea. O casal chegou ao Brasil em 1883, teve 11 filhos e ajudou a construir, com trabalho e coragem, a história do nosso Estado. A obra, com base em sua dissertação de mestrado em Escrita Criativa na PUCRS, mescla ficção e memória. Com poucos registros em mãos, Rosane costura a narrativa usando documentos, relatos de época e muita sensibilidade para retratar os desafios, os costumes e o cotidiano dos colonos italianos no final do século XIX. A parte final é tocante: uma autoficção em que a autora cumpre o pedido do pai – contar a história dos bisavós. Mais do que uma homenagem pessoal, o livro é um tributo às milhares de famílias imigrantes que enfrentaram o desconhecido para recomeçar no sul do Brasil. Tocará especialmente os descendentes do Vêneto, mas também dialoga com tantas outras histórias de migração e pertencimento.
Rosane, que tem longa trajetória no jornalismo gaúcho, estará neste sábado, 5 de julho, às 15h, na livraria AMORES, em Encantado, para uma sessão de autógrafos. Um encontro com a literatura, com a história e com nossas raízes.
Aprovada
Jô Cardoso deve deixar a presidência da Câmara
A vereadora Jô Cardoso deve deixar a presidência da Câmara de Vereadores de Encantado nos próximos dias. Estreante no Legislativo e única mulher da atual legislatura, ela assumiu a função a convite de Rogério Conzatti, presidente do PSDB, num momento delicado, quando era necessário pacificar o impasse em torno da eleição da mesa diretora. Com bagagem no Executivo e sem dar espaço para vaidades, Jô cumpriu sua missão com competência. Soube respeitar os colegas, manteve a casa em ordem e, nos momentos de maior tensão, impôs-se com elegância e firmeza. Um ciclo que se encerra com a serenidade de quem fez o que precisava ser feito. Os próximos seis meses devem ser ocupados pelo colega de partido Cris Costa.
Ataque cibernético com PIX de R$ 18 milhões na BMP
Na madrugada entre domingo e segunda, um executivo da BMP, empresa de tecnologia que oferece infraestrutura para que outras companhias operem serviços bancários digitais sem precisar de licença bancária própria (modelo conhecido como banking as a service), recebeu ligação de um banco informando que R$ 18 milhões haviam sido transferidos via PIX às 4h da manhã. Ao chegar ao escritório, constatou que outros PIX não autorizados também haviam sido realizados, mesmo com os sistemas internos da BMP intactos.
No total, R$ 400 milhões evaporaram das contas da BMP. Estima-se que o ataque tenha drenado R$ 800 milhões de oito instituições financeiras, conforme apuração preliminar do Banco Central. Os recursos vieram das “contas reserva” mantidas pelos bancos junto ao BC — misturando valores próprios e de clientes. O ponto de entrada foi a C&M Software, prestadora de serviços de mensageria (PSTI), que faz a comunicação via APIs com o BC para operações de PIX.
Mecanismo de fraude
Apesar dos sistemas do BC não terem sido violados, hackers enviaram ordens falsas via C&M, que pareciam legítimas, cumprindo os requisitos de segurança da plataforma. A C&M desativou temporariamente o PIX para as instituições atingidas. A BMP iniciou negociações com o BC para entender o ocorrido. Carlos Eduardo Benitez, fundador da BMP, afirmou: “Nossa parte foi de R$ 400 milhões, mas já recuperamos R$ 130 milhões. Nenhuma conta de cliente foi afetada e nenhum dado foi vazado.”
Impacto financeiro
Caso o restante dos R$ 400 milhões não seja recuperado, a BMP terá um prejuízo de cerca de R$ 300 milhões sobre sua liquidez anterior de R$ 600 milhões. O incidente evidencia uma fragilidade crítica na infraestrutura de mensageria utilizada por PSTIs para conexão com o Banco Central. Conforme especialistas, como Rocelo Lopes (SmartPay), faltam mecanismos automatizados — por exemplo, filtragem por IA — capazes de detectar e barrar transações atípicas em horários incomuns. Este é considerado o maior e mais sofisticado ataque cibernético registrado no sistema financeiro brasileiro até o momento, pressionando o BC a reforçar os protocolos de segurança e supervisão das prestadoras de mensageria.
Luto
Na noite de domingo, nossa colunista Raquel Cadore se despediu de sua avó, Dona Dally Cadore, aos 97 anos — prestes a completar 98. Comerciante conhecida em Encantado, Dona Dally fez história e deixou marcas profundas na comunidade. Quem tem mais de 50 anos certamente se lembra de sua presença marcante. Partiu em paz, após cumprir com dignidade e afeto sua missão neste mundo. Poucas horas depois, em Muçum, foi a vez de Sheila Garibotti, da coluna Comigo Por Aí, viver o luto pela perda da mãe, Dona Maria de Lourdes Garibotti. A despedida foi tocante: o coral do qual ela fazia parte prestou uma última homenagem cantando, e seu esposo, Seu Nelson, emocionou a todos ao entoar uma bela canção italiana para a companheira de vida. Duas mulheres fortes, mães, avós e bisavó, partiram. Fugiram do frio do inverno terreno, mas deixaram o calor eterno do amor que ofereceram em cada gesto, em cada abraço.

