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#RaquelCadore | Ressurreições Cotidianas!

A Páscoa chega como um convite sutil e poderoso: renascer. Em meio aos ruídos diários, a pressa do dia a dia, e as dores de um tempo desafiador, ela nos relembra que toda escuridão carrega em si, a promessa da luz. Que todo silêncio pode ser solo fértil para recomeços e que a vida, apesar de tudo, insiste em florescer, é feita de ciclos.
Mais do que uma celebração religiosa, a Páscoa é um símbolo universal de transformação. Ela nos fala sobre atravessar invernos internos, encarar nossas sombras, deixar morrer o que já não serve para que algo novo possa nascer. E é nesse processo de morte e ressurreição simbólica, que a espiritualidade se manifesta com mais força, como uma força silenciosa que nos sustenta quando os sentidos falham, quando os caminhos se estreitam, quando tudo parece perdido.
Em tempos de reconstrução material, emocional e coletiva, a mensagem da Páscoa se torna ainda mais atual. No Vale do Taquari, tantas famílias vêm experimentando seus próprios calvários, suas dores profundas, suas noites escuras, mas também vêm descobrindo que, mesmo e embora o que passamos, é possível reerguer-se. Mesmo entre escombros, pode brotar esperança. E que o amor, quando verdadeiro, é sempre uma força de ressurreição.
A espiritualidade, nesse contexto, não é fuga, é âncora. É ela que nos permite ver sentido no caos, manter a fé mesmo sem garantias, caminhar mesmo com feridas abertas. É ela que nos recorda que o essencial é invisível aos olhos, mas perceptível ao coração que escolhe continuar.
Que nesta Páscoa possamos celebrar os nossos próprios renascimentos, a coragem de seguir, o perdão que liberta, os vínculos que sustentam, a fé que transforma, e que possamos, a cada novo amanhecer, escolher ser também instrumentos de vida para nós, para os nossos, e para o mundo que nos cerca.
Porque no fundo, a Páscoa acontece sempre que a esperança ressuscita dentro da gente.

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