Encantadense transforma viagens de moto em estilo de vida
Apaixonado por motos desde cedo, o encantadense Ariel Zimmer encontrou no motociclismo mais do que um passatempo: fez da estrada um propósito. A decisão de começar a viajar sobre duas rodas surgiu em 2022, após retornar de um feriado de Carnaval com a sensação de ter vivido pouco e gastado muito. A inquietação se transformou em ideia: usar as férias de forma mais significativa.
A primeira experiência veio meses depois, em uma viagem com amigos até o Cassino, no litoral sul do estado. Em seguida, Ariel percorreu a Serra Catarinense. A comparação entre esse novo estilo de viagem e o modelo tradicional foi inevitável: menos custos, mais vivência e a liberdade que ele sempre buscou.
O conteúdo das viagens começou de forma despretensiosa, mas ganhou força com o incentivo de amigos. O nome da página que mantém nas redes sociais surgiu num encontro de motociclistas. Ao ver um casal viajando pela América do Sul, comentou: “Imagina se a moto deles falasse…”. A frase virou identidade e assim nasceu o perfil “Se Essa Moto Falasse”, onde compartilha relatos, fotos e reflexões da vida na estrada.
Ariel conta que evita roteiros fixos. Seus destinos são definidos pela combinação de tempo e orçamento disponível. A hospedagem é decidida no caminho, de forma espontânea, mas com um ponto inegociável: a revisão da moto e o cuidado com a segurança.
Entre os trajetos mais marcantes, destaca uma viagem solo realizada no fim de 2024 para Minas Gerais. Foram quase 20 dias, cerca de 6 mil quilômetros e a travessia de cinco estados. “Viajar sozinho traz uma liberdade difícil de explicar. Tu conhece pessoas, culturas e, principalmente, teus próprios limites”, resume.
Seus percursos já passaram por cenários emblemáticos como os cânions de Cambará do Sul, o Pico do Montenegro, a Serra do Rio do Rastro, a Serra da Canastra, além de cidades históricas como Morretes, Ouro Preto e Capitólio.
Para 2026, Ariel planeja o projeto mais ousado até agora: cruzar o norte da Argentina, alcançar o Deserto do Atacama, no Chile, e seguir até o Salar de Uyuni, na Bolívia — o maior deserto de sal do mundo. A aventura será feita ao lado de um amigo.
Enquanto o novo roteiro não se concretiza, Ariel segue rodando com a mesma paixão que nasceu ainda na juventude: a busca por liberdade, histórias e propósito sobre duas rodas.
Viajar sozinho traz uma liberdade difícil de explicar. Tu conhece pessoas, culturas e, principalmente, teus próprios limites”






