Gato selvagem mais raro do RS está em risco crítico de extinção

O Gato-palheiro-pampeano (Leopardus munoai), felino que habita exclusivamente o bioma Pampa, está em situação de risco crítico de extinção, segundo dados de pesquisadores. Conhecido por sua raridade e comportamento esquivo, o animal é chamado de “Fantasma dos Pampas”, e sua população adulta no Brasil é estimada em apenas 243 indivíduos.
Principais Ameaças à Sobrevivência
A principal causa da fragilidade da espécie é a rápida destruição de seu habitat no Rio Grande do Sul. Em um período de 15 anos, o campo nativo onde o felino vive e se alimenta diminuiu mais de 25%, sendo drasticamente substituído por:
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Monoculturas: Expansão de lavouras, como a soja.
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Silvicultura: Produção de papel e celulose.
Além da perda territorial, o gato-palheiro enfrenta riscos diretos, como os atropelamentos em rodovias e a predação por cães domésticos. Uma das adaptações naturais do animal — deitar e permanecer imóvel para se camuflar quando ameaçado — torna-o particularmente vulnerável a veículos e predadores que caçam pelo faro.
Desproteção do Habitat
O cenário é agravado pela falta de proteção territorial:
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Menos de 1% (0,73%) das áreas consideradas de alta qualidade para o gato-palheiro estão localizadas dentro de unidades de conservação.
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Corredores ecológicos vitais para a troca genética das populações restantes correm alto risco de serem convertidos para uso humano nos próximos anos.
Pesquisadores do Projeto Felinos do Pampa estão realizando esforços de conservação, incluindo a sinalização de rodovias e o diálogo com produtores rurais, na tentativa de evitar o desaparecimento do gato gaúcho.






