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Jumentos enfrentam risco de extinção funcional no Brasil após queda de 94% na população

A população de jumentos no Brasil despencou drasticamente nas últimas três décadas. Dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), do IBGE e do sistema Agrostat indicam uma redução de 94% no rebanho nacional desde 1996. Naquele ano, o país contava com cerca de 1,3 milhão de jumentos. Em 2025, esse número caiu para aproximadamente 78 mil animais.

O principal motivo para essa queda é o abate em larga escala para a exportação de peles, utilizadas na produção do ejiao — um suplemento tradicional da medicina chinesa, feito com colágeno extraído da pele do jumento. Entre 2018 e 2024, cerca de 248 mil jumentos foram abatidos no Brasil, com destaque para a Bahia, único estado com frigoríficos licenciados para essa finalidade.

Além da exportação, o desinteresse crescente na criação desses animais, que por muitos anos foram essenciais no trabalho rural e no transporte de cargas, contribui para o desaparecimento da espécie no território nacional.

Especialistas alertam para o risco de “extinção funcional” — quando a população de uma espécie se torna tão reduzida que não consegue mais cumprir seu papel ecológico, econômico ou cultural. Organizações de proteção animal também criticam as condições de transporte e abate, muitas vezes consideradas inadequadas.

Frente ao cenário, cresce a pressão por medidas que proíbam o abate de jumentos no país e incentivem a preservação da espécie, como programas de adoção, criação assistida e valorização do animal em regiões onde ainda há vínculo com a cultura local.

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