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Lula critica sanções dos EUA e defende soberania do Brasil em discurso na ONU

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (23), na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, que qualquer tentativa de agressão ou interferência no Judiciário brasileiro é “inaceitável”.

“Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia reconquistada há 40 anos pelo seu povo depois de duas décadas de governos ditatoriais. Não há justificativas para medidas unilaterais e arbitrárias contra nossas instituições e nossa economia. Agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável”, declarou.

Segundo Lula, a ingerência externa em assuntos internos do Brasil é estimulada por setores da extrema-direita. “Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade”, disse.

Críticas aos Estados Unidos

O discurso ocorre um dia após a nova rodada de sanções anunciadas pelos Estados Unidos contra cidadãos brasileiros em reação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sentenciado a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Na segunda-feira (22), o governo americano anunciou a revogação do visto do advogado-geral da União, Jorge Messias, além de aplicar a Lei Magnitsky contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, bloqueando eventuais bens nos EUA e proibindo transações financeiras com empresas ou cidadãos americanos.

Em julho, o próprio ministro Alexandre de Moraes já havia sido alvo de sanções semelhantes.

Relação com Trump

As tensões entre os dois países se intensificaram nos últimos meses. O presidente americano Donald Trump elevou em 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, sob o argumento de reagir ao que chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro.

Trump também tentou, sem sucesso, intervir politicamente no julgamento do ex-presidente no STF. Lula, por sua vez, tem reiterado a independência do Judiciário brasileiro e acusado Washington de atacar a soberania nacional.

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