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Maior ponte da América Latina será construída na Bahia com investimento chinês

Com 12,4 km de extensão sobre o mar, estrutura ligará Salvador a Itaparica; projeto prevê R$ 11 bilhões em investimentos e 7 mil empregos diretos

Com início previsto para junho de 2026, a construção da Ponte Salvador-Itaparica terá 12,4 km de extensão sobre o mar, tornando-se a maior da América Latina. O projeto de R$ 11 bilhões será executado por um consórcio chinês e promete reduzir em 40% o tempo de viagem entre as duas regiões.

Projeto será referência continental

A ponte será executada por um consórcio formado pelas empresas China Civil Engineering Construction Corporation (CCECC) e China Communications Construction Company (CCCC), que venceram o leilão do projeto em 2019 e assinaram contrato com o governo baiano no ano seguinte.

A estrutura contará com:

  • Trecho de aproximação em Salvador: 6,9 km

  • Trecho de aproximação em Itaparica: 4,6 km

  • Trecho estaiado: 900 metros, com altura de 85 metros, permitindo a passagem de grandes embarcações

A extensão total supera a da ponte Vasco da Gama, em Portugal, e só fica atrás de estruturas como a Ponte Incheon, na Coreia do Sul.

Impacto logístico e econômico

O projeto prevê pistas duplas em ambos os sentidos, além de iluminação cênica em toda a extensão. Ao conectar Salvador à Ilha de Itaparica, a ponte também vai criar um corredor direto para as BR-101, BR-116 e BR-242, com redução de cerca de 250 km nos deslocamentos entre a capital e o sul do estado.

Outras obras viárias incluem:

  • Em Salvador: 4 km de novas vias, viadutos e dois túneis

  • Em Itaparica: nova via expressa de 22 km até Cacha Pregos e duplicação de 8 km da BA-001 até a Ponte do Funil

Empregos e abrangência regional

A concessionária responsável estima que o projeto beneficiará 10 milhões de pessoas em 250 municípios baianos. Estão previstas 7 mil vagas de emprego direto durante a construção, com prioridade para mão de obra local. Na fase de sondagem, 17 empresas baianas já foram contratadas, gerando cerca de 300 empregos.

Acordos e garantias financeiras

Após impasses e revisões contratuais, o projeto foi destravado com mediação do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA). O acordo envolveu:

  • Conciliação entre governo e concessionária

  • Aprovação no Senado de garantias bilionárias

  • Criação de fundo para assegurar a execução da obra

Estudos técnicos preparatórios envolveram batimetria, geofísica, arqueologia, impactos culturais, mapeamento de comunidades e pesquisas ambientais. A sondagem na Baía de Todos os Santos foi finalizada em março de 2025, com custo de R$ 200 milhões.

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