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Megaoperação prende 20 suspeitos e desmonta esquema de furto e desmanche de caminhões no RS

Organização criminosa desmontava caminhões em até 12 horas e extorquia vítimas em valores de até R$ 100 mil, segundo a Polícia Civil. Esquema foi descoberto após denúncia anônima em setembro de 2023.

Mais de 80 ordens judiciais foram cumpridas nesta quinta-feira (11) em uma operação da Polícia Civil que desarticulou um esquema de furto, extorsão e desmanche de caminhões em cidades do Rio Grande do Sul. Vinte pessoas foram presas até o momento. O grupo criminoso agia em “escala industrial”, segundo a investigação.

Conforme a polícia, mais de 50 caminhões foram furtados ao longo de dois anos. Após os crimes, os proprietários eram contatados pelos criminosos, que exigiam até R$ 100 mil para devolver os veículos. Quando não havia pagamento, os caminhões eram desmontados em galpões clandestinos.


Investigação começou após denúncia

A investigação teve início em setembro de 2023, quando uma denúncia anônima levou policiais até um galpão em Viamão. No local, três suspeitos foram flagrados desmanchando caminhões com placas adulteradas. Um celular deixado por um dos criminosos ajudou a polícia a entender a estrutura do esquema.

Na mesma época, outro galpão foi descoberto em Gravataí. Ambos funcionavam como centros logísticos do grupo, que operava com hierarquia, divisão de tarefas e rotina padronizada.

“A organização funcionava como uma verdadeira empresa do crime”, afirmou o delegado Gabriel Lourenço.


Como agia o grupo criminoso

A Polícia Civil identificou quatro chefes e pelo menos 15 executores no esquema. O modo de operação incluía:

  • Escolha dos alvos: caminhões eram observados em postos de combustível nas BR-116 e RS-122. Os criminosos filmavam os veículos e compartilhavam com os chefes para avaliação.

  • Furto sem arrombamento: com uso de “chaves micha”, os caminhões eram levados sem causar danos aparentes. Havia apoio de olheiros para monitorar a movimentação policial.

  • Extorsão das vítimas: donos dos veículos recebiam ligações com ameaças. Em tom de negociação, os criminosos ofereciam “soluções amigáveis” e tentavam evitar que a polícia fosse acionada.

  • Desmanche rápido: em até 12 horas, os caminhões eram completamente desmontados. Cada peça era separada e catalogada para revenda.

  • Rede de receptação: peças eram repassadas a oficinas e revendedores. Em Guaíba, um empresário é suspeito de atuar como distribuidor das autopeças.


Operação atinge 14 cidades

Ao todo, foram cumpridos 28 mandados de prisão preventiva e 54 de busca e apreensão em cidades como São Leopoldo, Novo Hamburgo, Viamão, Gravataí, Canoas, Guaíba, Porto Alegre, Capão da Canoa, Tramandaí, Portão, Alvorada, Sapucaia do Sul, Mariana Pimentel e Santa Maria.

Empresas de transporte e caminhoneiros autônomos relataram prejuízos significativos. Muitos tiveram que reforçar a segurança com rastreadores, escolta e mudança de rotas.

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