Produtores do RS vão reduzir área plantada com soja na safra 2025/26
Estimativa da Emater aponta recuo de 0,8% na cultura; parte da lavoura será substituída por milho
A área de soja no Rio Grande do Sul deverá ser menor na safra de verão 2025/26. Segundo estimativa divulgada nesta terça-feira (2) pela Emater/RS, durante a Expointer, em Esteio, o plantio da oleaginosa deve atingir 6,74 milhões de hectares, uma queda de 0,8% em relação ao ciclo anterior.
A decisão dos produtores reflete principalmente o temor de uma nova estiagem e as dificuldades de acesso a crédito rural. A projeção total para os grãos de verão no Estado é de 8,47 milhões de hectares, recuo de 0,5% ante 2024/25.
Impacto do clima e endividamento
O Rio Grande do Sul teve perda de 30% na produção de soja na última safra, devido à estiagem. A perspectiva de um novo episódio do fenômeno La Niña preocupa os agricultores, embora os modelos climáticos ainda não confirmem o evento para o verão.
“Para setembro e outubro, a previsão é de chuvas acima da média. Somente em novembro há tendência de precipitação abaixo do normal”, afirma Flávio Varone, meteorologista do Simagro-RS.
A falta de crédito rural também pesa na decisão. Segundo a Emater, apenas 15% da área de milho e 9% da soja foram financiadas até agora.
“O seguro de custeio está caro e os produtores não conseguem financiamento”, relata Célio Colle, assessor técnico da entidade.
Milho deve avançar
Parte da área da soja será destinada ao milho, cuja expectativa é de crescimento de 9,31% na área plantada, chegando a 785 mil hectares. O aumento é motivado por melhores preços de mercado e condições climáticas favoráveis na última safra.
“O milho se desenvolveu melhor que a soja na temporada passada, e os preços atuais são atrativos”, explica Claudinei Baldissera, diretor técnico da Emater.
Arroz e feijão também terão retração
Outras culturas também devem registrar queda:
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Arroz: projeção de 920 mil hectares, redução de 5,17% em relação à safra anterior.
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Feijão primeira safra: estimativa de 26 mil hectares, recuo de 15,27%.
A retração no arroz busca conter a queda dos preços, que hoje giram em torno de R$ 67 por saca, ante mais de R$ 117 há um ano.
