Bagé enfrenta racionamento de água diário de 12 horas por causa da estiagem
Cidade do Sul do RS divide o abastecimento em dois setores; principais barragens estão em níveis críticos

A cidade de Bagé, no Sul do Rio Grande do Sul, iniciou nesta sexta-feira (2) um racionamento diário de água com duração de 12 horas. A medida, segundo a prefeitura, foi adotada devido à estiagem prolongada e à queda crítica no nível das barragens que abastecem o município.
Divisão por setores
O plano emergencial, coordenado pelo Departamento Municipal de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb), divide a cidade em dois setores, que se revezam no fornecimento de água:
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Setor 1: sem abastecimento das 15h às 3h.
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Setor 2: sem abastecimento das 3h às 15h.
Regiões mais afastadas da rede poderão enfrentar períodos ainda maiores sem água, a depender da pressão e localização.
Barragens abaixo do nível
Os principais reservatórios da cidade estão com níveis alarmantes:
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Barragem Sanga Rasa: 6,20 metros abaixo do normal.
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Barragem do Piraí: 4,30 metros abaixo do normal.
Nos quatro primeiros meses do ano, choveu apenas 234 mm em Bagé, enquanto a média histórica para o período é de 476 mm — ou seja, metade do volume esperado.
Crise recorrente
Segundo a prefeitura, este é o 11º racionamento em 20 anos, média de um a cada três anos, o que revela a cronicidade do problema hídrico na cidade.
Obra da barragem de Arvorezinha está atrasada
Para solucionar a escassez de forma permanente, uma nova barragem está sendo construída em Arvorezinha, com capacidade projetada para 18 milhões de metros cúbicos de água. A obra, iniciada há 13 anos, está atrasada e não será concluída em 2026, como previsto inicialmente.
A barragem está sendo executada pelo 1º Batalhão Ferroviário do Exército, com previsão atual de ao menos mais três anos de obras.