Começaram, no fim da manhã deste domingo (22), as obras de alargamento da Praia Central em Balneário Camboriú, que devem aumentar de 25 para 70 metros, em média, a extensão da faixa de areia. O pontapé inicial se deu com a chegada da draga Galileo Galilei, que fez o primeiro carregamento de areia na jazida, a 15 quilômetros da orla, antes de se aproximar da praia.
A areia captada pela draga é transportada pela embarcação até os dutos, que foram posicionados na altura da Rua 3.700. É por essa tubulação que a areia chega até a praia, onde é então espalhada por máquinas e operários.
Ao longo dos últimos meses, a soldagem dos dutos mudou a paisagem na faixa de areia da Praia Central, que foi transformada em canteiro de obras. Os trabalhos também interferem na navegação, que está proibida no entorno do alargamento e não é recomendada em toda a extensão da praia.
Animação mostra como será feito o alargamento da praia em Balneário Camboriú
Pronta para a temporada
A expectativa é que os trabalhos sejam finalizados até o fim de outubro, ou início de novembro. Com isso, a praia deve estar 100% alargada até a alta temporada de verão.
Como a areia vem do fundo do mar e está molhada, a tendência é que a praia fique com uma coloração mais escura logo após o alargamento – o que pode durar algumas semanas ou meses, até que seque completamente. A secretária de Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloísa Lenzi, diz que a areia da jazida é ligeiramente mais clara do que a areia da praia atualmente. Por isso ela espera que, após a secagem, a Praia Central tenha uma faixa de areia mais clara, e uma orla mais transparente.
Obra aguardada
As obras de alargamento começaram a ser discutidas em Balneário Camboriu ainda na década de 1990, e passaram por um plebiscito em 2001, acompanhado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC).
O projeto que está em execução foi entregue em 2017 à prefeitura pelo Instituto +BC, uma organização formada por empresários da construção civil que pagou pela proposta e fez a doação ao município. A licitação foi vencida por um consórcio formado pela empresa DTA e a belga Jan de Nul, que ofereceram proposta de R$ 66 milhões.
O alargamento da Praia Central era uma aposta e uma promessa de campanha do prefeito Fabríci Oliveira (Podemos). Neste domingo, a prefeitura de Balneário Camboriú montou uma estrutura com palco na altura da Rua 3.700, e transmitiu ao vivo o início dos trabalhos. O evento causou pontos de aglomeração na Praia Central.
Menos sombra
O principal argumento da prefeitura de Balneário Camboriú para as obras de alargamento é a necessidade de recompor a faixa de areia, que foi “engolida” pelo mar ao longo das últimas décadas. Mas o engordamento também deve aumentar o tempo de sol na Praia Central, que é atingida pelas sombras projetadas pelos arranha-céus todo início de tarde.
A expectativa é que as obras de alargamento tragam reforço ao turismo e ganho ao setor imobiliário. As estimativas apontam valorização de até 20% para os imóveis à beira-mar. Assim, Balneário Camboriú terá o metro quadrado mais caro do país.