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Como recuperar fotos atingidas por enchente

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Além do luto de perdas irreparáveis provocadas pelas cheias, fica o consolo de que memórias fotográficas, com cuidado e um pouco de sorte, é possível resgatar. Nosso colunista social Rogério Clemente Rissi salvou um pouco do seu acervo, como podemos ver na ilustração ao lado.

A tragédia das cheias que vitimou mais de 155 pessoas e afetou o cotidiano de 2,3 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul também deixou cicatrizes na memória coletiva. A água invadiu milhares de lares, danificando fotografias que carregavam lembranças e afetos de inúmeras famílias. Apesar da dor de ver registros históricos se deteriorarem, ainda há esperança de recuperação. A especialista Marcia Molina deu dicas valiosas sobre como tentar resgatar essas memórias fotográficas.

“A fotografia é aquilo que nos conecta a um momento, a uma pessoa. É um material que representa uma história, uma lembrança. São coisas importantes”, diz Márcia Molina, professora de fotografia da Escola da Indústria Criativa da Unisinos.

Não descarte suas fotografias danificadas

Mesmo que as fotos estejam desbotadas ou parcialmente danificadas, não é hora de descartá-las. Márcia Molina ressalta que é possível salvar esses registros. O processo de resgate de uma fotografia depende do nível de dano, do tipo de papel e da técnica de impressão. Alguns registros são mais fáceis de restaurar do que outros.

A professora afirma que as fotos impressas com técnicas analógicas têm mais chance de sobrevivência. “Por incrível que pareça, as mais antigas têm mais chances de sobreviver do que as fotos de câmeras mais recentes”, conta. E se algum pedaço da foto ficou irrecuperável… “Nós temos muitas tecnologias de inteligência artificial (IA) que podem refazer parte da foto”, lembra Márcia.

Passo a passo

Antes de tudo, coloque luvas e máscaras para evitar contaminações por lama e sujeira. Então, tente separar as fotografias, uma por uma. Não manuseie elas de forma brusca, nem as “arranque” do álbum. Se puder, use uma tesoura ou um estilete para retirar as fotos do álbum.

“Começar pelas fotos coloridas, porque elas tendem a se destruir primeiro que as fotos em preto e branco, que são mais resistentes”, diz a professora.

Se as fotos ficarem grudadas, tente separá-las de modo delicado ou dentro de uma bacia de água, onde elas serão limpas. Coloque a fotografia de molho no recipiente. Não use água corrente.

“O melhor é usar água fria, para preservar mais as cores”, diz a professora da Unisinos.
A pessoa pode usar mais de uma bacia, para conseguir tirar toda a sujeira das fotos. Depois disso, a impressão deve ir secar. Como uma roupa, ela pode ser estendida ou apoiada no varal.

“Na hora da secagem, dá pra botar no varal. O ideal é colocar ela deitadinha, com a parte da emulsão [onde está a o registro] para cima”, diz Márcia Molina.

É possível usar um desumidificador de ambiente para ajudar no processo. Depois da secagem, a foto deve ser colocada dentro de um livro pesado, para que ela volte a ficar “reta”.

O que NÃO fazer

-De novo, não jogar a foto fora;
-Não retirar as fotos de forma brusca do álbum;
-Não tocar nas imagens diretamente, só pegar a foto pelas pontas;
-Não esfregar ou passar o dedo em cima para tirar a sujeira;
– Não usar secador de cabelo, muito menos com ar quente.

Agro Dália

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