
O Kremlin declarou nesta segunda-feira (15) que a Otan está envolvida de fato na guerra, fornecendo apoio direto e indireto à Ucrânia. A declaração agrava as tensões entre Moscou e os países europeus, dias após drones russos invadirem o espaço aéreo da Polônia e da Romênia.
Cresce a tensão no leste europeu
Segundo o porta-voz Dmitry Peskov, a aliança militar liderada pelos Estados Unidos atua diretamente no conflito, o que caracteriza, segundo ele, um cenário de confronto com a Rússia.
As declarações ocorrem após dois episódios envolvendo drones russos que invadiram o espaço aéreo de países-membros da Otan. Nos dois casos — um na Polônia e outro na Romênia — as aeronaves foram abatidas por caças da aliança militar.
Moscou negou intenção de atingir alvos fora da Ucrânia e atribuiu os incidentes ao contexto dos bombardeios recentes em território ucraniano.
Reação da Otan
Diante dos episódios, a Otan lançou a operação “Sentinela Oriental”, mobilizando tropas e aeronaves para reforçar a segurança do flanco leste europeu. Participam da ação países como França, Dinamarca, Alemanha e Reino Unido.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, classificou os episódios como “imprudentes e inaceitáveis” e afirmou que a aliança defenderá cada centímetro de seu território.
Resposta russa
Além de reforçar a retórica, Moscou realiza nesta semana exercícios militares conjuntos com Belarus, incluindo testes com mísseis hipersônicos. A movimentação é acompanhada com atenção por governos ocidentais.
Também nesta segunda-feira, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev ironizou os planos da Otan de reforçar o leste europeu e alertou para os riscos de uma guerra direta, caso drones russos continuem sendo abatidos por forças da aliança.
O Kremlin afirmou ainda que as negociações com a Ucrânia seguem suspensas, acusando Kiev de inflexibilidade.