#NolimarPerondi | Legislação permite troca de candidatos até 20 dias do pleito
Campanha
Tenho pensado e analisado a fórmula de fazer campanhas políticas. Novas legislações proibiram exageros como ocorriam no passado: panfleto para todo lado, placas penduradas em postes, cavaletes invadindo os espaços públicos, carros de som e os famosos showmícios ao ar livre, bem ao estilo do “pão e circo”. Assim mesmo, o formato de mostrar uma campanha não mudou, se assemelha a shows, parece que se torna necessário passeata, buzinaço, bandeiraço e outros tantos “…aços” para passar a ideia de grandeza, de ser maior que o adversário, com o intuito de arrastar consigo possíveis indecisos. Não quero fazer crítica a este modelo, até porque quem pensa uma campanha e desenvolve ações nesse sentido deve saber o que está fazendo, ou pelo menos acredita que possa arregimentar mais eleitores ao seu candidato se utilizando desses meios. Eu, como cidadão, espero de um candidato a prefeito são propostas adaptadas aos novos tempos, posição, capacidade administrativa e visão de futuro. Dos vereadores, observo capacidade de discussão, fiscalização e visão coletiva. Claro, se o eleitor pretende votar apenas na confiança de que seu candidato ‘vai fazer’, tudo bem, é um direito.
Showmício
Quando me referi aos showmícios proibidos pela legislação eleitoral, são aqueles que ocorriam em locais públicos e de forma gratuita. Poucos sabem, porém, que existem showmícios permitidos. O candidato que optar por showmício deve cobrar pelo ingresso e a receita será declarada como doação de campanha feita por pessoa física, devendo emitir recibo e registro na prestação de contas. Eventos dessa natureza devem ser comunicados à Justiça Eleitoral com antecedência de cinco dias úteis. Também é permitida a venda de produtos e serviços, que segue a mesma lógica. Os compradores devem informar dados pessoais, porque cada valor recebido segue a regra de doação. A doação de brindes aos eleitores é proibida, a venda não. Também é proibida a doação de pessoa jurídica, de origem estrangeira e pessoa física permissionária de serviço público.
Surpresa
Por conta de um problema de saúde, Paulo Costi desistiu de competir na condição de candidato a prefeito, tendo Enoir Cardoso como vice. O ex-prefeito, Paulo, ficou internado no Hospital Santa Terezinha por dois ou três dias para tratar uma pneumonia. Depois desse período, a indicação médica seria repouso e continuidade do tratamento em casa. Por este motivo, segundo informado em nota pública, foi optado pela inversão das posições. Assim sendo, Enoir passa a ocupar a posição de candidato a prefeito e Paulo Costi a vice.
Legislação
A lei eleitoral permite a troca de candidatos até 20 dias do pleito, porém a substituição deve ser devidamente registrada e formalizada junto à Justiça Eleitoral. No caso específico, Paulo Costi e Enoir Cardoso devem renunciar oficialmente aos cargos já registrados, e a substituição precisa ser aprovada pela coligação por meio de convenção ou reunião de dirigentes dos partidos.
Bastidores
Depois da internação hospitalar e da possível desistência de Paulo Costi em concorrer, dirigentes e integrantes da coligação PP/PDT promoveram diversas reuniões e conversas internas. Pelo menos dois nomes de candidatos a vereador do PP foram sondados para assumir a condição de vice, tendo Enoir Cardoso como candidato a prefeito, mas estes declinaram da indicação. Por este motivo, foi solicitado ao Paulo manter a posição na chapa como vice, assim poderia cumprir a ordem médica de repouso, deixando a continuidade da campanha ao Enoir.
Igualdade
Os dois partidos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de votos de Encantado acabam de se igualar, pelo menos nas condições de campanha. Jonas Calvi, PSDB, tem seu vice, Agostinho Orsolin, MDB, se recuperando de uma cirurgia cardíaca, e dificilmente se integrará na campanha. Agora, o candidato Enoir Cardoso, PP, também está com seu vice, Paulo Costi, se recuperando de uma pneumonia em casa, que, da mesma forma, dificilmente entrará na campanha.
Diferença
No lado do PP ninguém aceitou ser vice do Enoir Cardoso nesta altura da campanha, tendo que o Paulo Costi, mesmo convalescendo, assumir a posição. Já o candidato Jonas é que está sustentando a condição do Agostinho Orsolin em se manter como vice na chapa, mesmo internado e com poucas possibilidades de participar da campanha. Ao que se sabe, existem assanhamentos de companheiros de partido do Baixinho para ocupar o seu lugar.
Estratégia
Toda a campanha do PP de Encantado estava focada no nome de Paulo Costi que, aliás, é de fato uma instituição do partido, duas vezes vereador e quatro vezes prefeito. Agora, além de mudar todo o layout visual, é necessário mudar a estratégia e focar no Enoir como candidato a prefeito, tendo ainda pouco mais de vinte dias de campanha. Vamos aguardar para saber qual será a proposta dos dirigentes e marqueteiros políticos para apresentar Cardoso como candidato a prefeito e como o eleitorado vai reagir.
Fato
O estatístico do instituto Methodus, que realizou a pesquisa em Encantado, mostrou uma ampla vantagem do Candidato Jonas Calvi, 49,2%, sobre Paulo Costi, 27,6%, e afirmou “que por essa pesquisa, se percebe que a eleição já tem um grau de decisão relevante por parte dos eleitores”. Salienta o estatístico um possível fato novo: “Teria que entrar em disputa direta com o atual prefeito, se não fica uma conversa de amigos”. Essa recomendação, quando Paulo Costi aparecia como candidato a prefeito. Se a expectativa era um fato novo, está posto. Agora é saber da capacidade do candidato Enoir mostrar ao eleitorado suas propostas e desempenho nesse confronto.
Segue
O outro candidato a prefeito de Encantado, Luciano Moresco, PT, que tem como vice Ivete Grün, continua sua campanha.
Entrevistas
O Força do Vale entrevistou nesta semana os candidatos a prefeito de Muçum, Relvado e Doutor Ricardo.
Muçum
Em Muçum, os candidatos travaram um confronto mais de ideias de administração. O atual prefeito, Mateus Trojan, MDB, busca a reeleição, e o vereador Marcos Bastiani, PSDB, é candidato de oposição.
Relvado
O prefeito Carlos Luiz Fraporti, PP, busca a reeleição, já seu oponente é Jatir Radaelli, que foi quatro vezes prefeito. A pendenga maior é uma decisão da justiça eleitoral de primeiro grau impugnou a candidatura de Jatir. Como existe possibilidade de recorrer, ele continua candidato.
Doutor Ricardo
O atual prefeito Álvaro Giacobbo, MDB, busca a reeleição. Seu opositor é Nilton Rolante, PSDB. Nilton já foi prefeito duas vezes pelo MDB e sua esposa Catea foi uma vez. Uma discussão interna no MDB levou Rolante a trocar de partido, que agora se une ao PP. As trocas de farpas entre os dois está tensionando a disputa.
Frase
“A liberdade de eleições permite que você escolha o molho com o qual será devorado”.
– Eduardo Galeano