
A CPI Mista do INSS aprovou mais de 30 requerimentos na primeira reunião de trabalho, incluindo convocações de ex-ministros da Previdência que atuaram entre 2015 e 2025. A comissão investiga um esquema de descontos indevidos e promete um relatório sem blindagens até março de 2026.
Nomes e cargos na mira
A lista de convocados inclui os ex-ministros Eduardo Gabas (governo Dilma), José Carlos Oliveira (governo Bolsonaro) e Carlos Lupi (governo Lula, atual mandato). Também foram aprovadas oitivas de ex-presidentes do INSS, do Dataprev e de ex-diretores da área de benefícios.
Entre os nomes de investigados está Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado como peça central do esquema pelo Ministério Público Federal. O empresário Maurício Camisotti também será ouvido.
Eixos da investigação
O plano de trabalho apresentado pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), prevê apuração em seis frentes:
-
Estrutura e funcionamento do esquema
-
Responsáveis diretos e indiretos
-
Rastreio do dinheiro desviado
-
Prejuízo aos cofres públicos
-
Impacto nas vítimas
-
Falhas nos mecanismos de controle
O escopo abrange quatro governos: Dilma Rousseff (2º mandato), Michel Temer, Jair Bolsonaro e Lula (3º mandato).
“Quem meteu a mão no dinheiro do povo sofrido brasileiro não perguntou a mim se era conveniente. Ninguém vai dizer: ‘poupa fulano ou persegue sicrano’”, declarou Alfredo Gaspar.
Valores devolvidos e próximos passos
A fraude foi revelada em abril pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, envolvendo descontos indevidos em contracheques de aposentados e pensionistas. Desde então:
-
Mais de R$ 1 bilhão já foi devolvido, com correção
-
Cerca de 2 milhões de beneficiários receberam o ressarcimento
-
A AGU conseguiu bloquear R$ 2,5 bilhões em bens dos suspeitos
-
O recesso parlamentar pode atrasar os trabalhos, e o relatório final deve sair em 28 de março de 2026