
O governador Eduardo Leite (PSDB) voltou a criticar a polarização política após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada nesta segunda-feira (4) pelo STF. Segundo Leite, o país está “refém de um cabo de guerra jurídico-político que só atrasa a vida de todos”.
Declaração nas redes sociais
Em publicação nas redes sociais, Leite afirmou que não gosta da ideia de ver um ex-presidente impedido de se manifestar ou ser preso por isso, “antes ainda de ser julgado pelo órgão colegiado da Suprema Corte”. Apesar disso, destacou que não questiona a legalidade da medida.
“Percebam que, de cinco presidentes eleitos após a redemocratização, apenas um, Fernando Henrique, não foi preso ou sofreu impeachment. Até quando vamos dobrar a aposta para ver o que acontece?”, escreveu.
O governador também disse que é hora de buscar “novos caminhos” e de manter a “serenidade e a esperança no Brasil que sonhamos e queremos ter”.
Tarcísio também critica decisão
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), classificou como “absurdo” o decreto de prisão domiciliar contra Bolsonaro. Em vídeo publicado nas redes sociais, afirmou que o ex-presidente foi “julgado e condenado muito antes do processo começar”.
“Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la?”, questionou, criticando o avanço sobre garantias individuais.
Tarcísio ainda defendeu que as acusações contra Bolsonaro se referem a “uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar”.
O motivo da prisão
Bolsonaro está em prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal. Mesmo proibido de se manifestar nas redes sociais, inclusive por terceiros, um vídeo em que ele aparece discursando a manifestantes foi publicado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O ato foi considerado uma infração.
O ex-presidente é investigado pela tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.