
O governo da Venezuela posicionou tropas em áreas estratégicas e anunciou a distribuição de armas a civis, em resposta à aproximação de embarcações militares dos Estados Unidos no mar do Caribe. O regime de Nicolás Maduro afirma estar sob ameaça de uma ofensiva norte-americana.
Tropas mobilizadas
Segundo o ministro do Interior, Diosdado Cabello, o país colocou “as armas do Estado nas mãos do povo” como medida de defesa. Ele afirmou que a Venezuela vive uma “fase de agressão e cerco” e que as milícias bolivarianas estão sendo treinadas para atuar em caso de confronto.
Na quinta-feira (16), o governo venezuelano exibiu nas TVs estatais a movimentação de soldados e civis armados em regiões costeiras. Também foram convocados exercícios militares permanentes e alistamento de civis para instrução no uso de fuzis.
Reação dos Estados Unidos
O presidente norte-americano Donald Trump justificou a presença de navios e aviões de guerra no Caribe como parte de uma operação antidrogas voltada a combater cartéis ligados ao governo venezuelano. Caracas, porém, considera a ação uma “ofensiva militar disfarçada”.
Nas últimas semanas, as forças americanas destruíram quatro embarcações suspeitas de tráfico de drogas, resultando em 21 mortes. O governo Maduro classificou o ataque como “execuções extrajudiciais” e levou o caso ao Conselho de Segurança da ONU, pedindo intervenção diplomática.
Clima de tensão regional
A escalada ocorre em meio à crise econômica e política que atinge a Venezuela e à deterioração das relações com Washington. Maduro acusa os Estados Unidos de “fabricar um conflito” para justificar uma invasão e controlar as reservas de petróleo venezuelanas.