
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (25) que pode impor uma tarifa de até 200% sobre os ímãs importados da China, caso o país asiático não retome o fornecimento ao mercado americano. A fala reacende a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Terras raras no centro da disputa
A declaração foi feita dias após a China ampliar as restrições sobre a exportação de materiais derivados de terras raras, incluindo ímãs — itens estratégicos para a produção de smartphones, veículos elétricos e equipamentos industriais de alta performance.
Esses componentes contêm elementos como neodímio, samário e disprósio, cuja oferta global é fortemente dominada pela China. O Brasil também possui reservas relevantes desses minerais.
Trégua tarifária ameaçada
Em maio, os dois países haviam firmado um acordo para reduzir tarifas temporariamente por 90 dias. A China baixou suas taxas para 10%, e os EUA reduziram as tarifas sobre importações chinesas de 145% para 30%. O pacto foi prorrogado em agosto.
Trump, no entanto, acusa o governo chinês de descumprir o acordo, o que motivou a nova ameaça. “A China precisa fornecer ímãs ou cobraremos uma tarifa de 200% ou algo parecido”, afirmou.
Impacto fiscal e econômico
Segundo projeções do Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA (CBO), o tarifaço de Trump pode reduzir o déficit fiscal americano em US$ 4 trilhões até 2035, com US$ 3,3 trilhões vindos da arrecadação e US$ 700 bilhões da economia com juros da dívida.
Apesar disso, o órgão alerta para os efeitos negativos da medida: queda nos investimentos, redução da produtividade e encarecimento de bens de consumo e de capital.
A tarifa efetiva média aplicada pelos EUA sobre produtos estrangeiros já está 18 pontos percentuais acima dos níveis de 2024, segundo o relatório.