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A importância do diagnóstico precoce

Outubro é o mês do médico. Também é marcado por ações afirmativas relacionadas à prevenção e ao estímulo ao diagnóstico precoce do câncer de mama. Desde os anos 1990, o Outubro Rosa é conhecido mundialmente por convidar, de forma mais intensa, as mulheres para a realização de exames preventivos e, por meio de análises clínicas, aumentarem as chances de cura.

Porém, é importante lembrar que não é somente o câncer de mama que, quando diagnosticado precocemente, salva vidas. Quando reconhecidos ainda em estágio inicial, casos de câncer do colo uterino e de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) também podem ser controlados com maior efetividade. Daí a importância de visitar regularmente o médico. Ele é a pessoa certa para solicita os exames, interpretar e cuidar de você.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 38 milhões de pessoas no mundo convivem com o HIV. No Brasil, estimativas apontam que sejam aproximadamente 936 mil pessoas vivendo com HIV – vírus da imunodeficiência, que pode levar ao desenvolvimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids).

O câncer de mama é o tipo mais comum de câncer entre pessoas adultas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), são mais de 2,3 milhões de casos registrados a cada ano. Em 95% dos países, é a primeira ou a segunda causa principal de mortes pela doença em mulheres. Mas homens, ainda que em casos muito raros, também podem manifestar o câncer de mama. Além disso, países com populações mais vulneráveis e com sistemas de saúde mais carentes de infraestrutura são menos capazes de administrar o problema de saúde.

O câncer do colo do útero é a principal causa de morte entre pessoas do sexo feminino na América Latina e no Caribe. Apesar de ser evitável e tratável, a doença mata 35,7 mil mulheres a cada ano nas Américas. A maioria desses casos (cerca de 80%) é registrado nessas regiões. Se as tendências atuais continuarem, estima-se que as mortes por câncer do colo do útero nas Américas aumente para mais de 51,5 mil em 2030 devido ao crescimento da população e aos ganhos na expectativa de vida. Quase 90% dessas mortes, de acordo com as perspectivas, ocorreriam na América Latina e no Caribe.

Além dos cuidados, os exames preventivos são uma ótima alternativa para evitar doenças e até mesmo problemas na gravidez – tanto para a mulher, quanto para o feto. Essas análises acompanham a mulher em todas as fases da vida. Alguns são realizados desde a primeira consulta ao ginecologista, outros, após uma determinada idade ou ocorrência e devem ser repetidos todos os anos ou conforme indicação do médico. É importante lembrar que pessoas transgênero também devem realizar os exames de rotinas e de prevenção.

Ciência e fé andam juntas

Quando se trata de saúde, conhecer o próprio corpo e procurar ajuda médica quando necessário é fundamental. A história de Lenise Pitol Mezzomo, uma mulher forte e determinada, é um exemplo inspirador de como a prevenção e o apoio familiar podem fazer a diferença na jornada de combate ao câncer. Ela tem 52 anos, é casada com Edson Mezzomo e mãe de duas meninas Laura e Júlia.

Anualmente faz exames de pré-câncer e repete mamografias a cada seis meses. O cuidado se tornou ainda mais intenso depois de perder para o câncer de mama a irmã gêmea, Denise Pitol Fontana em janeiro de 2012. “Foi muito triste, uma parte de mim foi com ela. Tínhamos esperança, mas o câncer dela voltou oito anos depois e ai foi fatal”.

Em janeiro deste ano teve cólicas e procurou o médico proctologista. “ Fiz a colonoscopia e o médico constatou um aumento no tamanho do útero sugerindo a consulta na ginecologista. Fiz uma ressonância e logo fui encaminhada para uma oncologista. Da consulta do proctologista a cirurgia, foram apenas 20 dias”.
Impossível descrever a mistura de sentimentos ao receber um diagnóstico de câncer de ovário. Muito pelo tabu que a palavra câncer carrega sentenciando maus bocados na vida da pessoa e o temor da morte. No caso de Lenise, ainda mais intenso em virtude das perdas para o câncer, da irmã gêmea e do pai, Nelcir Pitol.

“Quando descobri, abracei minha fé e mantive o pensamento positivo. Sempre frequentei a missa aos finais de semana não por obrigação, mas por escolha. Minha espiritualidade foi fundamental, representando 90% da minha força durante o tratamento. Acredito que a mentalidade positiva é essencial” disse Lenise.

A mãe Maria Dolores Rochemback Pittol e a sogra Inelve Mezzomo: o apoio da família é fundamental para enfrentar o câncer

O diagnóstico desencadeou uma série de exames adicionais para determinar se o câncer era de origem genética, dado o histórico familiar, ou hormonal, orientando assim o plano de tratamento. 20 dias depois do diagnóstico ela foi submetida a cirurgia e posteriormente enfrentou seis sessões de quimioterapia, sem efeitos colaterais significativos. “A recuperação se deve a minha fé, ao trabalho cuidadoso dos médicos, e o apoio incondicional de sua família. Meu esposo, minha mãe e filhas, todos foram e são fundamentais na recuperação, só tenho a agradecer”.

E quando tudo parecia estar caminhando para o bom termo, em agosto uma nova cirurgia se fez necessária. A partir dai, Lenise iniciou o tratamento com o auxílio da imunoterapia, uma abordagem que bloqueia a disseminação das células cancerígenas através do sangue. A equipe médica, composta por diversos profissionais, incluindo nutricionistas, psicólogos e cardiologista, proporcionou um suporte abrangente. “Sem os médicos não seria possível caminhar para a cura, mas a espiritualidade é o que te mantem de pé durante a jornada” confessa.

Cuidado o ano inteiro

A professora aposentada destaca a importância de manter um olhar vigilante sobre a saúde não se limitando ao Outubro Rosa, mas sim estar atentas o ano inteiro. A perda de cabelo, uma das consequências da quimioterapia, não abalou Lenise. Ela enfrentou essa transformação usando lenços e turbantes com muita confiança, e faz um apelo a todas as mulheres para que valorizem a verdadeira essência, que vai muito além da aparência física. “Apesar de eu ter perdido o cabelo, isso não me afetou, afinal é uma situação temporária e cabelo cresce novamente. O que realmente importa é quem somos por dentro. A mulher é como uma rosa, precisamos nos cuidar e nos valorizar todos os dias, não apenas no Outubro Rosa” finalizou.

“Sem os médicos não seria possível caminhar para a cura, mas a espiritualidade é o que te mantem de pé durante a jornada”

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