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Homem que tentou beijar menina de 14 anos também convidou outras crianças para dentro de casa

A cidade de Encantado tem sido palco de uma onda de casos de assédio envolvendo crianças e adolescentes, deixando pais e moradores preocupados. Em todos os casos, o assediador é o mesmo homem, de 33 anos, que chegou a ser preso, mas foi solto um dia depois.

Menina de 14 anos

Na noite de sexta-feira (14), por volta de 19h30min, a mãe de uma menina de 14 anos procurou a Brigada Militar para relatar que um homem havia abraçado e tentado beijar sua filha.
De acordo com relatos, a jovem estava brincando junto com adolescentes e crianças, o suspeito passou pelo local, agarrou a vítima pelas costas, depois virou-a e tentou beijá-la a força. Após o fato, ela os amigos pegaram as bicicletas e foram chamar a mãe da vítima, que comunicou a polícia sobre o ocorrido.
Segundo o Boletim de Ocorrência, o próprio suspeito chegou a ligar à polícia para justificar o acontecido minutos antes, alegando que seu pai estaria internado e queria apenas dar um abraço.
Logo após o ocorrido, o suspeito foi preso pela Brigada Militar e enquadrado no crime de importunação sexual. Ele foi encaminhado à delegacia para prestar depoimento.

Amigos de 8 anos

Já na segunda-feira, 17, por volta das 15h, os pais de dois amigos de 8 anos prestaram queixa à polícia que seus filhos, ao voltarem da escola, foram abordados por um homem que convidou as crianças para entrar em sua casa, oferecendo chocolate e dizendo que teria fotos para mostrar.

As crianças não entraram na casa, pois ficaram com medo, e contaram aos pais sobre o ocorrido.
Segundo os relatos, o homem costuma conversar com as crianças quando passam em frente à sua residência, na volta da escola.

A polícia reforça a importância de denunciar esse tipo de crime e orienta os pais a conversarem com seus filhos sobre os riscos e a importância de não conversar com estranhos.

Preso e solto

O indivíduo foi preso pela Brigada Militar após a primeira denúncia, porém, acabou sendo liberado pela Justiça no mesmo final de semana. Entretanto, na semana seguinte, a promotora solicitou novamente a prisão do suspeito, que acabou sendo detido na noite de quarta-feira (19) em sua residência localizada na Barra do Jacaré.

Psicóloga Bianca Kappler

Psicóloga avalia efeitos para a saúde mental das vítimas

A importunação sexual é um problema grave que afeta milhares de pessoas todos os anos, principalmente mulheres e crianças. Infelizmente essa prática é bastante comum na sociedade e pode ter efeitos graves na saúde mental e emocional das vítimas. A psicóloga Bianca Kappler, da Clínica Abrace de Encantado, destaca o quanto a população de Encantado pode estar acostumada com a ideia de que a cidade é tranquila e segura em qualquer horário do dia.

– Alguns fatores interferem bastante na análise psicológica, um dos fatores é a atenção e noção da segurança pública. Estamos talvez acomodados com a ideia de que a cidade é tranquila, mas, aí tem uma responsabilidade pública para garantir a segurança em qualquer horário do dia, afirma.

Atitude do abusador

Outro ponto muito importante é a observação psicológica da atitude do abusador que, de acordo com a profissional, é uma pessoa que está em sofrimento e que usou de sedução e da vulnerabilidade das vitimas para promover uma satisfação que é pessoal.

– É importante entender, do ponto de vista psicológico, que essa pessoa é desorganizada e nitidamente está em sofrimento, e que neste sentido acabou utilizando de sedução e da vulnerabilidade das vitimas para promover a satisfação pessoal. Além de grave, isso é uma violência e é crime”, ressalta.

Trauma

A psicóloga destaca também a importância de dar suporte e acolhimento às vítimas. Ela ressalta que, muitas vezes, as vítimas sofrem duplamente, passando por dois traumas seguidos. O primeiro trauma é o abuso sexual em si, que pode causar abalo emocional, insegurança e vulnerabilidade, exigindo tratamento e cuidado adequados.

No entanto, a vítima também pode sofrer um segundo trauma, que é o abuso moral nas redes sociais. Muitas vezes, estranhos condenam a vítima com fofocas e julgamentos que não fazem sentido. A psicóloga destaca que isso não ajuda a resolver a situação e pode ter efeitos negativos. Por isso, é importante que a família seja escutada e acolhida após uma situação como esta, sem julgamentos, pontua. Além disso, é essencial dar suporte à vítima e oferecer um colo presencial e companhia, ao invés de tentar resolver a situação nas redes sociais. A compreensão e o cuidado presencial são fundamentais para ajudar a vítima a superar o trauma e seguir em frente.

Agro Dália

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