O quinto dia útil do mês está chegando com a necessidade de depositar a folha de pagamento dos funcionários, enquanto médias e grandes empresas atingidas pela enchente no Vale do Taquari não conseguem ver onde se financiar. As linhas de crédito sem juro anunciadas pelo governo federal não foram liberadas ainda. O empresariado local fala em “dia do colapso”, isso porque não pagar os trabalhadores gera um problema social na região, além de a população não ter renda para comprar no comércio. E, mesmo que liberados os valores prometidos, há limites de crédito que não são suficientes para o tamanho do prejuízo em cada uma delas. Há um caso no qual a perda supera R$ 50 milhões. O tema foi tratado em reunião com o governo gaúcho na tarde passada.
– Há pautas propostas. Principalmente, sobre possibilidades de postergação de outros tributos, pois o Simples já postergou. Mas nossa grande preocupação é com as linhas de crédito, mas elas ainda não foram liberadas – diz o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC Vale do Taquari), Ivandro Rosa.
No dia 17, representantes do empresariado local têm reunião prevista em Brasília, com participação de parlamentares e do governo federal. Além disso, não avançou a ampliação para outras instituições, além do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, operarem o R$ 1 bilhão do BNDES, o que preocupa a chegada do recurso à ponta. Banrisul e cooperativas de crédito, por exemplo, ficaram de fora. Tem nova reunião prevista para o dia 16 com o Ministério da Fazenda. Saiu medida provisória do governo federal, mas ainda não houve regulamentação.
Pedidos listados pelos empresários, segundo o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Roca Sales (CIC Roca Sales), Cleber Fernandes dos Santos:
1 -Liberação do R$ 1 bilhão já anunciados governo federal para micro, pequenas e médias empresas. São cerca de 1.250 CNPJs afetados.
2 -Incluir as grandes empresas no item anterior e liberar recursos com carência. No Vale do Taquari, são 12 empresas grandes, que empregam mais de 7 mil pessoas e que somam mais de R$ 250 milhões de prejuízos. Apesar de terem seguro, encontram dificuldades de obter a indenização com as seguradoras.
3 – Transformação de créditos fiscais e tributários das atingidas para reconstrução das empresas que têm estes créditos.
4 – Uso do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para manter as pessoas empregadas por seis meses, como ocorreu na pandemia.
Texto: Giane Guerra