Liderança do PCC, suspeito de envolvimento no assalto ao aeroporto de Caxias do Sul, deixa a prisão para tratamento médico
Conhecido como Cigano, homem apontado como liderança do PCC passa a cumprir prisão domiciliar temporária, monitorado por tornozeleira eletrônica

Um dos suspeitos de participação no assalto a um carro-forte no aeroporto de Caxias do Sul, ocorrido em 19 de junho de 2024, foi beneficiado com prisão domiciliar temporária. A decisão, concedida pela Justiça Federal, autoriza o homem, conhecido como Cigano, a deixar a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) para realizar um tratamento médico.
Cigano é apontado pelas autoridades como uma das lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC), com atuação direta na coordenação financeira e logística das ações criminosas do grupo. Ele foi preso dois dias após o crime, em Juquitiba, no interior de São Paulo, e estava detido desde então.
Saída para tratamento médico
O benefício foi concedido devido à necessidade de cirurgia para hérnia de disco. O suspeito saiu da penitenciária por volta das 18h do dia 22 de maio. Durante o período de dois meses de prisão domiciliar, ele será monitorado por tornozeleira eletrônica. A medida poderá ser reavaliada conforme a evolução do quadro de saúde.
O assalto ao aeroporto
O assalto ao Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, resultou na morte do 2º sargento da Brigada Militar Fabiano Oliveira, de 47 anos. Na ocasião, criminosos conseguiram levar quase metade dos R$ 30 milhões que chegavam ao terminal para serem transportados por um carro-forte.
A investigação da Polícia Federal identificou 19 pessoas envolvidas no caso:
-
17 foram indiciadas.
-
2 morreram em confronto com a polícia no Rio Grande do Sul e em São Paulo.
Ação criminosa complexa
As investigações revelaram que membros do PCC de São Paulo chegaram ao Rio Grande do Sul dias antes do assalto e contaram com apoio de criminosos locais. O crime foi executado em quatro etapas:
-
Planejamento
-
Execução
-
Fuga
-
Exfiltração (transferência ilegal dos valores)
O grupo utilizou armamento de guerra, incluindo fuzis e explosivos, além de radiocomunicadores, veículos com placas falsas e roupas táticas. O plano também envolveu a plotagem de carros, hospedagens e esconderijos.
Medidas judiciais e penalidades
Durante as investigações foram:
-
Presos 12 suspeitos preventivamente e 1 temporariamente.
-
Cumpridos 12 mandados de busca.
-
Realizado o sequestro de 26 veículos, 19 contas bancárias e 4 imóveis.
Os investigados vão responder por diversos crimes, incluindo:
-
Latrocínio
-
Falsificação de símbolo
-
Explosão
-
Falsificação de identidade
-
Adulteração veicular
-
Usurpação de função pública
-
Posse de arma de uso restrito
-
Lavagem de dinheiro
-
Organização criminosa armada
-
Embaraço à investigação
As penas somadas podem chegar a 97 anos de prisão. Quase todos os envolvidos já possuíam antecedentes criminais relacionados a ações semelhantes.