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Padres bonitões e digitais ganham destaque na linha de frente da Igreja Católica

A Igreja Católica vive uma transformação na forma de evangelizar. Sacerdotes jovens, tatuados e com presença marcante nas redes sociais vêm ganhando visibilidade e atraindo uma nova geração de fiéis. Entre eles estão nomes como Giuseppe Fusari, Cosimo Schena e Ambrogio Mazzai, padres italianos que somam centenas de milhares de seguidores com publicações que mesclam fé, cotidiano, atividade física e estética moderna.

A mudança de perfil é vista como uma estratégia diante da queda no número de fiéis em diversos países. O próprio Vaticano reconhece o papel das redes como ferramenta essencial de aproximação. Nesta semana, cerca de 1.000 missionários digitais e influenciadores católicos se reúnem em Roma, como parte do Ano Jubilar, para discutir o uso das mídias sociais como suporte à missão da Igreja no século XXI.

Novos rostos, nova linguagem

Com quase 460 mil seguidores, o padre Ambrogio Mazzai, ex-influencer fitness, compartilha vídeos tocando violão ou pedalando pelas montanhas, sempre acompanhado de mensagens religiosas. Já o padre Giuseppe Fusari, 58 anos, da cidade de Brescia, foi apelidado de “padre fisiculturista” por aliar discursos firmes à rotina de treinos, exibida para seus mais de 60 mil seguidores no Instagram.

Outro nome é o padre Cosimo Schena, de Brindisi, conhecido como “poeta do amor de Deus”. Ele viu o número de fiéis na sua paróquia dobrar desde que passou a divulgar sua rotina espiritual e pessoal no TikTok e Instagram. Além do conteúdo religioso, ele chama atenção pela boa forma física, barba aparada e estilo contemporâneo.

Apoio do alto escalão

A abertura à linguagem digital tem o respaldo do Vaticano. O Papa Leão XIV, sucessor de Francisco, é ativo nas redes: tem 14 milhões de seguidores no Instagram e 52 milhões na conta @Pontifex, em nove idiomas. A intenção é clara: manter viva a fé católica por meio de formatos mais conectados com a realidade atual, sobretudo dos jovens.

Apesar de algumas resistências internas — com críticas por fotos de padres na academia ou na praia —, o movimento tem ganhado força. A ideia é somar a tradição da Igreja com ferramentas modernas de comunicação, sem abrir mão do conteúdo religioso.

“Espero que isso aproxime as pessoas da Igreja. Estou convencido de que as mídias sociais são uma forma legítima e eficaz de atrair fiéis”, afirmou Giuseppe Fusari.

Transformação sem retorno

Com mensagens curtas, vídeos de apelo emocional e grande alcance, os “padres influencers” representam um novo caminho dentro da Igreja Católica. Embora puritanos torçam o nariz, o movimento tem se mostrado eficaz para renovar o diálogo com um público que cresceu conectado e, em muitos casos, distante da religião tradicional.

A estratégia não busca apenas popularidade. Trata-se de uma tentativa concreta de manter viva a missão evangelizadora da Igreja em um mundo cada vez mais digitalizado.

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