Destaques

Com sensação de 41 °C, casal é orientado por PM a retirar bebê do sol em praia de Balneário Camboriú

Caso reacende alerta sobre os riscos da exposição solar em crianças; médicas explicam como prevenir desidratação, insolação e hipertermia

Durante uma tarde com sensação térmica de 41 °C em Balneário Camboriú, a Polícia Militar abordou um casal que mantinha um bebê exposto ao sol em plena praia. O episódio viralizou e reforçou a necessidade de atenção redobrada com crianças no calor.

Criança ficou quase uma hora ao sol, segundo testemunhas

O caso aconteceu na quinta-feira (25), na Praia Central, litoral norte de Santa Catarina. A sensação térmica chegou a 41 °C, de acordo com a prefeitura, enquanto os termômetros marcaram máxima de 32,2 °C. No vídeo, amplamente compartilhado nas redes sociais, o bebê aparece deitado em um carrinho, sem proteção adequada contra o calor e ao lado de uma caixa de som ligada, equipamento proibido na orla da cidade.

A Polícia Militar informou que foi acionada por banhistas e vendedores ambulantes, que alertaram os responsáveis. Após a abordagem, o casal retirou o bebê do local. A idade da criança não foi divulgada.

 “Várias pessoas já orientaram eles numa boa, só que eles não quiseram a orientação. Uns três vendedores ambulantes já falaram”, relatou a jornalista Bruna Froehner, que registrou o fato. 

Calor extremo e risco de hipertermia

Segundo especialistas, bebês e crianças pequenas não conseguem regular a temperatura do corpo com a mesma eficiência que os adultos. De acordo com a pediatra Juliana Sobral, o sistema de termorregulação infantil ainda é imaturo: eles são mais propensos à desidratação e têm metabolismo acelerado, gerando mais calor interno.

“Temperaturas acima de 30 °C, especialmente com alta umidade, aumentam os riscos, ainda mais quando há exposição direta ao sol ou pouca ingestão de líquidos”, alerta a médica da Maternidade Brasília.

Quando a temperatura interna ultrapassa os 40 °C, o quadro é de hipertermia, o que pode comprometer órgãos vitais, causar desmaios, convulsões e até a morte. O corpo humano opera em torno de 36,5 °C e ativa mecanismos de resfriamento como o suor  processo que exige água e sais minerais, elevando o risco de desidratação em crianças.


Veja os principais sinais de alerta:

  • Boca e lábios secos

  • Choro sem lágrimas

  • Poucas fraldas molhadas ou urina escura

  • Moleira funda (em bebês)

  • Sonolência, irritabilidade ou apatia

  • Pele com menor elasticidade

  • Febre sem causa aparente (pode indicar insolação)


Dicas para proteger bebês e crianças no calor

A médica Andrea Dambroski, do Departamento de Saúde Escolar do Colégio Positivo, orienta que a exposição solar só ocorra antes das 10h e depois das 16h, quando a radiação UVB é menor.

Recomendações práticas:

  • Oferecer mais água ou aumentar a frequência da amamentação

  • Usar roupas leves, claras e de algodão

  • Evitar banhos quentes

  • Manter crianças em locais ventilados ou com sombra

  • Nunca deixá-las dentro de veículos fechados

  • Aplicar protetor solar conforme a idade, com orientação pediátrica

  • Utilizar chapéus, guarda-sol ou sombrinhas

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças com menos de 6 meses não sejam expostas diretamente ao sol, e que seja priorizada sempre a sombra e a hidratação.

Publicidade

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo