Após sanção dos EUA, Moraes é flagrado fazendo gesto obsceno em estádio
Ministro do STF esteve em camarote da Neo Química Arena horas após ser alvo de sanções do governo dos Estados Unidos
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi flagrado fazendo um gesto obsceno com o dedo médio durante o clássico entre Corinthians e Palmeiras, realizado na noite de quarta-feira (30), na Neo Química Arena, em São Paulo. A cena ocorreu em um dos camarotes do estádio, logo após o gol que garantiu a vitória corintiana por 1 a 0.
A aparição de Moraes ocorreu poucas horas após ele ser formalmente sancionado pelo governo dos Estados Unidos com base na chamada Lei Magnitsky, que permite punições contra autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos ou de repressão a liberdades democráticas.
Gesto polêmico e sanção internacional
Moraes acompanhava a partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, vencida pelo Corinthians com gol do atacante holandês Memphis Depay. No mesmo dia, ele havia sido incluído na lista de sanções do Departamento do Tesouro dos EUA.
Segundo nota assinada por Scott Bessent, secretário do Tesouro norte-americano, Moraes teria atuado como “juiz e júri” em ações descritas como “caça às bruxas” contra cidadãos e empresas dos Estados Unidos e do Brasil. O chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, afirmou que o ministro cometeu “graves violações dos direitos humanos”.
“As togas judiciais não podem protegê-los”, declarou Rubio, em recado direto a magistrados acusados de extrapolar suas funções.
Reações divididas no Brasil
A decisão gerou respostas imediatas no cenário político brasileiro. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) celebraram a medida. Já parlamentares governistas e autoridades do Judiciário saíram em defesa do magistrado.
Em nota, o STF afirmou que continuará exercendo sua função com base na Constituição Federal e ressaltou que o julgamento de crimes relacionados aos atos golpistas de 2022 é de competência exclusiva da Justiça brasileira. Moraes é o relator desses processos, que incluem o ex-presidente Bolsonaro entre os denunciados pela PGR.
O tribunal também destacou que as decisões do ministro foram confirmadas por colegiado competente e mencionou que há “indícios graves” de crimes que previam até o assassinato de autoridades, como Moraes, Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Moraes deverá se manifestar oficialmente sobre as sanções em sessão plenária do STF nesta sexta-feira (1º).
