FORÇA DO VALE 40 ANOS
Destaques

Lideranças cobram ajustes na concessão do Bloco 2. Governo prorroga prazo

Na segunda-feira, 17 de fevereiro, o secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, esteve em Lajeado para uma reunião com prefeitos e representantes do Vale do Taquari, com o objetivo de discutir os impactos da concessão do Bloco 2 de Rodovias Gaúchas. A reunião foi marcada pela presença de diversas lideranças locais, que apresentaram suas preocupações com o plano de concessão.

Prazo prorrogado

Um dos principais pontos abordados durante a audiência foi a proposta de ampliação do prazo para discussão do edital de concessão, que estava previsto para terminar em 21 de fevereiro. O secretário Pedro Capeluppi confirmou que o prazo será estendido, permitindo um tempo maior para análise das demandas regionais. O secretário também solicitou que sejam apresentados dados atualizados sobre o Volume Diário Médio (VDM) de tráfego nas rodovias, com o objetivo de avaliar uma possível redução nos valores das tarifas de pedágio. Além disso, Capeluppi informou que uma equipe técnica será encaminhada para analisar os pontos de acesso problemáticos nos municípios afetados pela concessão.

AMAT solicita visitas técnicas

Os prefeitos da AMAT (Associação dos Municípios do Alto Taquari) destacaram a necessidade de ajustes no projeto, apontando a interdependência entre os municípios da região e os possíveis impactos econômicos com a cobrança do pedágio. O principal ponto abordado foi o valor das tarifas, que, segundo os prefeitos, pode prejudicar a competitividade e o desenvolvimento da região. Durante o encontro, a AMAT solicitou visitas técnicas aos municípios para avaliar as obras essenciais e também propôs alternativas para reduzir os custos das tarifas.

Além disso, diversas entidades regionais, como a AMVAT, AVAT, CODEVAT e CIC Vale do Taquari, entregaram a Capeluppi um documento com sugestões e reivindicações, buscando ajustes no projeto para que ele atenda de forma mais equilibrada às necessidades da região. O presidente da AMAT e prefeito de Muçum, Mateus Trojan, reforçou a importância de um modelo que seja justo e atenda aos interesses da população local, afirmando que a prorrogação no prazo de discussão foi um avanço, mas que ainda há questões que precisam ser ajustadas.

Audiência Pública em Encantado debate concessão e modelos de pedágio

Na terça-feira, 18 de fevereiro, a concessão do Bloco 2 de Rodovias Gaúchas foi novamente o centro das discussões, desta vez durante uma audiência pública organizada pela Câmara de Vereadores de Encantado. O evento, que contou com grande presença do público e autoridades locais, teve como objetivo esclarecer detalhes sobre o cronograma de obras e o impacto da cobrança de pedágio sob o modelo free-flow.

O prefeito de Encantado, Jonas Calvi (PSDB), avaliou que, embora a proposta tenha apresentado alguns avanços em relação a 2022, ainda há pontos a serem ajustados para atender de forma justa à população local. “Se é para ter a concessão, que seja com um modelo justo. Precisamos de mais apoio financeiro do governo do Estado”, afirmou o prefeito, destacando a preocupação com a sobrecarga que o modelo atual poderia impor à região.

O prefeito também ressaltou a longa luta de Encantado pela união com a comunidade de Palmas, com demandas que surgiram em 2022 e continuam sendo discutidas. “Essas demandas ainda estão presentes, o que reflete o trabalho constante da nossa região”, disse Calvi. Além disso, Calvi abordou as condições precárias da rodovia 332, que enfrenta sérios problemas de infraestrutura. “Precisamos solicitar ao Daer, por meio de ofícios, para tapar buracos. Por mais de 20 anos, pagamos pedágio em uma concessão, e, em troca, recebemos pouco ou quase nada. A única melhoria significativa foi a do trevo do Peteba, mas fora isso, a nossa região não obteve os benefícios esperados, mesmo após mais de 25 anos pagando pedágio”, completou, dizendo que ninguém gosta de pagar pedágio, mas que não se pode sair enganando a população com promessas sem fundamento.

Empresariado destaca necessidade de melhorias concretas nas rodovias

O empresariado da região também se manifestou durante a audiência. Gilberto Piccinini, presidente do Conselho de Administração da Dália, reiterou a necessidade de que a concessão traga melhorias concretas, como rodovias mais rápidas e seguras. “Quando se fala em pedágio, para uma empresa de alcance nacional, com exportação até o porto, já enfrentamos centenas de praças de pedágio. Mas o pedágio de Palmas nos fez deixar milhões de reais lá, sem que houvesse entregas significativas”, afirmou Piccinini.

O empresário defendeu que, apesar da cobrança do pedágio, as tarifas devem ser viáveis e acompanhadas de melhorias na infraestrutura. “A oportunidade agora é olhar para o futuro. Com essas estradas que temos, não vamos conseguir ser competitivos. O pedágio sim, mas com entregas reais e tarifas adequadas. Precisamos de estradas seguras e eficientes”, completou. Piccinini também destacou os impactos do pedágio para a Dália Alimentos, que realiza em torno de 300 passagens diárias entre automóveis, ônibus e caminhões, além de outros veículos. “São milhões que ficam no pedágio, mas o maior custo não é o financeiro, é o tempo perdido nas praças de pedágio, especialmente em Encantado, que é uma vergonha”, afirmou, reforçando que as melhorias devem ser prioritárias para garantir a fluidez e a competitividade da região. “Nós temos que ir embora, porque nós não vamos mais competir”, disse Piccinini, em um alerta sobre as dificuldades que o atual modelo de pedágio pode impor às empresas da região.

A audiência pública, que contou com a participação ativa da população, teve um público expressivo, com a Câmara de Vereadores de Encantado lotada. As manifestações reforçaram a insatisfação da comunidade local com o modelo proposto, que, segundo muitos, ainda precisa ser ajustado para atender melhor às necessidades do Vale do Taquari.

Agro Dália

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo
Fale conosco!